Pseudo-hermafroditismo é uma condição em que o indivíduo possui os órgãos genitais externos de um sexo e as gônadas (testículos ou ovários) do outro. A principal diferença entre o pseudo-hermafrodistimo e o hermafroditismo verdadeiro é que neste há gônadas de ambos os sexos, enquanto no pseudo-hermafroditismo as gônadas são de um único sexo, mas os genitais externos podem ser ambíguos ou do sexo oposto. No entanto, esse termo não é mais utilizado para se referir a seres humanos que nascem com características sexuais que não se enquadram nas noções tradicionais binárias de homem e mulher, tais como genitais, gônadas ou padrões cromossômicos, sendo o termo intersexo mais adequado para se referir a essas pessoas. O termo hermafrodita entrou em desuso até mesmo para a medicina e biologia, substituída pelos termos espécie dióica e espécie monóica.[1]
Além disso, está cientificamente incorreto utilizar o termo ‘hermafrodita’ para designar pessoas, tendo em vista que o significado da palavra remete à corpos que possuem os aparelhos reprodutores masculinos e femininos em pleno funcionamento, ou seja, quando ambos produzem gametas e são capazes de se reproduzir. Na espécie humana não existe nenhum indivíduo que possui a capacidade de se reproduzir com o aparelho reprodutor masculino e feminino, portanto, não existem pessoas hermafroditas.[2]
O termo hermafrodita para designar pessoas é lido como pejorativo e reforça estereótipos negativos. Segundo a ONU Direitos Humanos, o termo hermafrodita assume um caráter limitante no próprio campo da ciência, tendo em vista que promove ideias erradas sobre a aparência e reprodutibilidade de pessoas intersexo. Segundo a Organização das Nações Unidas, há uma estimativa de que entre 0,05% e 1,7% da população global é intersexo, ou seja, aproximadamente 272.817.965 pessoas[3].
Quando há um testículo e um ovário, desenvolve-se um vaso deferente no lado do testículo e uma trompa do lado oposto. Caso haja dois ovotéstis, a genitália é inteiramente feminina, o que também acontece se houver um ovotestis e uma gônada.[4]
Em 70% dos casos, os genitais externos têm tendência de masculinização. Dessa maneira, são criados como garotos, embora geralmente apresentem anomalias como hipospadia e criptorquidismo; quando jovens, apesar de serem psicossocialmente meninos, muitas vezes apresentam menstruação e ginecomastia, o que leva à descoberta da anomalia quando os indivíduos chegam na puberdade.[5]
Se crescerem como meninas, geralmente apresentarão na puberdade crescimento excessivo do clitóris (litoromegalia), falta de menstruação e tendência a desenvolver o corpo mais cedo.[6]
Grande parte dos hermafroditas apresentam cariótipo feminino, sendo os demais cromossomicamente masculinos ou, então, mosaicos, ou seja, indivíduos que têm tipos diferentes de células, algumas masculinas e outras femininas.[7]