Transmedicalismo (frequentemente abreviado para transmed) ou transfundamentalismo[1] é amplamente definido como a crença de que ser transgênero depende de vivenciar disforia de gênero ou de ser submetido a tratamento médico para transição de gênero.[2][3][4] Os transmedicalistas, ou transfundamentalistas, às vezes chamados de "truscum",[5] acreditam que indivíduos que se identificam como transgêneros, mas que não experienciam disforia de gênero ou passam por uma transição médica - por métodos como cirurgia de redesignação sexual ou terapia de reposição hormonal - não são genuinamente transgêneros, que por alguns são chamados, em forma pejorativa, de transtrenders (trans modinha, em tradução livre).[6][7][8][9][10]
Há transmedicalistas que se opõem ao uso de transgeneridade e usam apenas transexualidade como um termo válido para se referir a pessoas trans como transexuais, esses são classificados como separatistas.[11][12][13][14] Muitos negam a existência da não-binariedade, tratando-a como não-conformidade de gênero, ao invés de identidade de gênero.[15][16] Alguns críticos veem o transmedicalismo como semelhante ao modelo médico da deficiência, pois medicaliza um atributo que contém componentes médicos e sociais.[17]
Influenciadores digitais, como Blaire White, ajudaram a difundir o transmedicalismo, muitas vezes fazendo vídeos de reação.[18][19][20]
- ↑ Conrad, Felix (22 de agosto de 2016). How to Jedi Mindtrick Your Gender Dysphoria (em inglês). [S.l.]: Lulu Press, Inc
- ↑ Vincent, Ben (2018). Transgender Health: A Practitioner's Guide to Binary and Non-Binary Trans Patient Care. Jessica Kingsley Publishers. [S.l.: s.n.] ISBN 978-1785922015
- ↑ Earl, Jessie. «What Does the ContraPoints Controversy Say About the Way We Criticize?». Pride.com
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- ↑ Goldberg, Michelle (9 de dezembro de 2015). «The Trans Women Who Say That Trans Women Aren't Women» (em inglês)
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