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Acidente nuclear de Chernobil

Acidente nuclear de Chernobil
Acidente nuclear de Chernobil
Fotografia tirada do reator 4 vários meses após o desastre. O reator 3 pode ser visto atrás da chaminé de ventilação.

51° 23′ 23″ N, 30° 06′ 00″ L
Localização da Usina Nuclear de Chernobil, na Ucrânia.
Localização Pripiate, RSS da Ucrânia
 União Soviética
Data 26 de abril de 1986 (38 anos)
Resultado 31 mortos (diretamente)
+ 15 mortos (indiretamente, até 2011)
+ 6 000 casos de câncer de tireoide[1]
+4 000 fatalidades a longo prazo no mundo soviético
9 000 a 16 000 mortos devido a contaminação pela Europa (estudo da ONU)[2]

O desastre de Chernobil (em ucraniano: Чорнобильська катастрофа, Tchornobylska katastrofaCatástrofe de Chernobil; também conhecido como acidente de Chernobil) foi um acidente nuclear catastrófico ocorrido em 26 de abril de 1986 no reator nuclear nº 4 da Usina Nuclear de Chernobil, perto da cidade de Pripiate, no norte da Ucrânia Soviética, próximo da fronteira com a Bielorrússia Soviética.[3] O acidente ocorreu durante um teste de segurança ao início da madrugada que simulava uma falta de energia da estação, durante a qual os sistemas de segurança de emergência e de regulagem de energia foram intencionalmente desligados.[4] Uma combinação de falhas inerentes no projeto do reator, bem como dos operadores dos reatores que organizaram o núcleo de uma maneira contrária à lista de verificação para o teste, resultou em condições de reação descontroladas. A água superaquecida foi instantaneamente transformada em vapor, causando uma explosão de vapor destrutiva e um subsequente incêndio que jogou grafite ao ar livre[5] e produziu correntes ascendentes consideráveis por cerca de nove dias.[6] O fogo foi finalmente contido em 4 de maio de 1986.[7] As plumas de produtos de fissão lançadas na atmosfera pelo incêndio precipitaram-se sobre partes da União Soviética e da Europa Ocidental. O inventário radioativo estimado que foi liberado durante a fase mais quente do incêndio foi aproximadamente igual em magnitude aos produtos de fissão aerotransportados liberados na explosão inicial.[8]

O número total de vítimas, incluindo os mortos devido ao desastre, continua a ser uma questão controversa e disputada.[9] Durante o acidente, os efeitos da explosão de vapor causaram duas mortes dentro da instalação: uma imediatamente após a explosão e uma por uma dose letal de radiação. Nos próximos dias e semanas, 134 militares foram hospitalizados com síndrome aguda da radiação (SAR), dos quais 28 bombeiros e funcionários morreram em meses.[10] Além disso, cerca de quatorze mortes por câncer induzido por radiação entre esse grupo de 134 sobreviventes ocorreram nos dez anos seguintes.[11] Entre a população em geral, um excedente de 15 mortes infantis por câncer de tireoide foi documentado em 2011.[12][13] Levará mais tempo e pesquisa para determinar definitivamente o risco relativo elevado de câncer entre os funcionários sobreviventes, aqueles que foram hospitalizados inicialmente com SAR e a população em geral.[14]

A catástrofe de Chernobil é considerada o acidente nuclear mais desastroso da história, tanto em termos de custo quanto de baixas. É um dos dois únicos acidentes de energia nuclear classificados como um evento de nível 7 (a classificação máxima) na Escala Internacional de Acidentes Nucleares, sendo o outro o acidente nuclear de Fukushima I, no Japão, em 2011.[15] A luta para salvaguardar cenários com potencial para uma catástrofe maior,[16] juntamente com os esforços posteriores de descontaminação do entorno da usina, envolveu mais de 500 mil trabalhadores (denominados liquidadores) e custou cerca de 18 bilhões de rublos soviéticos.[17]

Os restos do prédio do reator número 4 foram colocados em uma grande cobertura chamada "Estrutura de Abrigo", mas conhecida como "sarcófago". O objetivo da estrutura era reduzir a dispersão dos restos de poeira e detritos radioativos dos destroços, limitando assim a contaminação radioativa e a proteção do local contra intempéries. O sarcófago foi concluído em dezembro de 1986, numa época em que o que restava do reator estava entrando na fase de desligamento a frio. O invólucro não foi planejado para ser usado como um escudo de radiação, mas foi construído rapidamente como segurança ocupacional para os funcionários dos outros reatores não danificados na usina, como o número 3, que continuou a produzir eletricidade até o ano de 2000.[18][19] Uma equipe internacional incluiu o prédio número 4 do reator e o sarcófago original em um novo e maior revestimento de última geração em 2017. O acidente motivou a melhoria da segurança em todos os reatores RBMK projetados pela União Soviética, o mesmo tipo de Chernobil, dos quais dez continuavam a alimentar redes elétricas em 2019.[20][21]

  1. «Chernobyl at 25th anniversary – Frequently Asked Questions – April 2011» (PDF). World Health Organisation. 23 de abril de 2011. Consultado em 2 de agosto de 2018 
  2. «Special Report: Counting the dead». Nature. 440 (7087): 982–983. 1 de abril de 2006. Bibcode:2006Natur.440..982.. ISSN 0028-0836. doi:10.1038/440982a 
  3. «Nuclear Exclusion Zones». Encyclopædia Britannica. Consultado em 15 de janeiro de 2018. Cópia arquivada em 15 de janeiro de 2018 
  4. Eden, Brad; of Technical Services/Automated Lib, Coordinator (Janeiro de 1999). «Encyclopædia Britannica CD 99 (Multimedia version)». Electronic Resources Review. 3 (1): 9–10. ISBN 978-0-85229-694-3. ISSN 1364-5137. doi:10.1108/err.1999.3.1.9.7 
  5. «Graphites». General Atomics. Consultado em 13 de outubro de 2016. Arquivado do original em 17 de julho de 2012 
  6. McCall, Chris (Abril de 2016). «Chernobyl disaster 30 years on: lessons not learned». The Lancet. 387 (10029): 1707–1708. ISSN 0140-6736. PMID 27116266. doi:10.1016/s0140-6736(16)30304-x 
  7. «Chernobyl-Born Radionuclides in Geological Environment», Groundwater Vulnerability, ISBN 978-1118962220, Special Publications, John Wiley & Sons, Inc, 10 de outubro de 2014, pp. 25–38, doi:10.1002/9781118962220.ch2 
  8. «Chernobyl: Assessment of Radiological and Health Impact, 2002 update; Chapter II – The release, dispersion and deposition of radionuclides» (PDF). OECD-NEA. 2002. Consultado em 3 de junho de 2015. Cópia arquivada (PDF) em 22 de junho de 2015 
  9. Ahlstrom, Dick (2 de abril de 2016). «Chernobyl anniversary: The disputed casualty figures». The Irish Times. Consultado em 8 de maio de 2019. Cópia arquivada em 14 de abril de 2016 
  10. Mettler Jr., Fred A. «Medical decision making and care of casualties from delayed effects of a nuclear detonation» (PDF). The National Academies of Sciences, Engineering, and Medicine. Consultado em 8 de novembro de 2018. Arquivado do original (PDF) em 12 de julho de 2018 
  11. Nagataki, Shigenobu (23 de julho de 2010). «Latest Knowledge on Radiological Effects: Radiation Health Effects of Atomic Bomb Explosions and Nuclear Power Plant Accidents». Japanese Journal of Health Physics. 45 (4): 370–378. doi:10.5453/jhps.45.370. Consultado em 8 de novembro de 2018. Cópia arquivada em 28 de abril de 2019. People with symptoms of acute radiation syndrome: 134 (237 were hospitalized), 28 died within 3 months, 14 died within the subsequent 10 years (2 died of blood disease) 
  12. «Chernobyl 25th anniversary – Frequently Asked Questions» (PDF). World Health Organization. 23 de abril de 2011. Consultado em 14 de abril de 2012. Cópia arquivada (PDF) em 17 de abril de 2012 
  13. «Chernobyl: the true scale of the accident». Organização Mundial da Saúde. 5 de setembro de 2005. Consultado em 8 de novembro de 2018. Cópia arquivada em 25 de fevereiro de 2018 
  14. «Video: Ukraine remembers Chernobyl victims and heroes». European Press Agency. 30 de abril de 2016. Consultado em 30 de abril de 2016. Arquivado do original em 17 de junho de 2016 
  15. Black, Richard (12 de abril de 2011). «Fukushima: As Bad as Chernobyl?». BBC News. Consultado em 20 de agosto de 2011. Cópia arquivada em 16 de agosto de 2011 
  16. «Chernobyl: Assessment of Radiological and Health Impact, 2002 update; Chapter II – The release, dispersion and deposition of radionuclides» (PDF). OECD-NEA. 2002. Consultado em 3 de junho de 2015. Cópia arquivada (PDF) em 22 de junho de 2015 
  17. Gorbachev, Mikhail (1996), interview in Johnson, Thomas, The Battle of Chernobyl. Discovery Channel. acessado em 19 de fevereiro de 2014.
  18. «Timeline: A chronology of events surrounding the Chernobyl nuclear disaster». The Chernobyl Gallery. 15 de fevereiro de 2013. Consultado em 8 de novembro de 2018. Cópia arquivada em 18 de março de 2015 
  19. «"Shelter" object». Chernobyl, Pripyat, the Chernobyl nuclear power plant and the exclusion zone. Consultado em 8 de maio de 2012. Cópia arquivada em 22 de julho de 2011 
  20. «RBMK Reactors». World Nuclear Association. Junho de 2016. Consultado em 8 de novembro de 2018. Cópia arquivada em 5 de novembro de 2018 
  21. «RMBK Nuclear Power Plants: Generic Safety Issues» (PDF). International Atomic Energy Agency. Maio de 1996. Consultado em 8 de novembro de 2018. Cópia arquivada (PDF) em 28 de março de 2017 

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