Agares (ou Agreas[1]) é a segunda entidade de uma lista de 72 descritas pela primeira vez na Arte da Goécia, excerto de um grimório medieval conhecido como A Chave Menor de Salomão.
Agares, segundo o excerto, é um duque (ou grão-duque[2]) na hierarquia infernal, e manda nas partes orientais do inferno e em 31 legiões de demônios. É representado como um ancião decrépito e mau-encarado, montado num crocodilo e com um falcão pousado no punho,[3][4] sendo esta a forma que o goécio assume quando se manifesta fisicamente nas evocações.
Agares supostamente tem o poder de causar terremotos, de conceder a capacidade de encontrar pessoas fugitivas e o dom de línguas, sentindo particular prazer na hora de ensinar expressões pejorativas, imorais e proibidas; também tem o poder de destituir dignidades, tanto temporais quanto sobrenaturais.[3][4]
Entre as possíveis origens deste ser, antes de sua aparição como um daemon na Goécia, pode ser citada a etimologia de Agares como "filho de Agar" ou "filho da estrangeira". Na bíblia, Agar ou Hagar é a serva egípcia de Sara, que tem um filho com Abraão chamado Ismael. Posteriormente Sara (que era estéril) milagrosamente dá à luz Isaque, causando a expulsão de Agar e seu filho Ismael para o deserto[5].
Outras associações podem incluir os diversos Agreus da mitologia (e principalmente o herói, que em algumas ilustrações é visto montando um crocodilo), a estrela Algol (Beta Persei) e a criatura Ghoul, com suas características de rapidez, agitação, intensidade[6]. O crocodilo sobre o qual Agares monta pode estar relacionado às águas do Nilo, indicando sua possível origem egípcia[7].