Apocalipse de Pedro (ou Revelação de Pedro) é um texto popular do cristianismo primitivo do século II d.C e um exemplo literatura apocalíptica com influências helenísticas. Não está incluído no cânone padrão do Novo Testamento, mas é mencionado no Cânone Muratori, a mais antiga lista sobrevivente de livros do Novo Testamento, que também afirma que algumas autoridades não permitiriam sua leitura na igreja. O texto existe em duas versões incompletas de um original grego perdido, uma em grego koiné[1] e outra em etiópico[2] que divergem bastante. A obra é classificada como parte dos apócrifos do Novo Testamento.
O autor da obra é desconhecido, embora seja supostamente escrito pelo discípulo Pedro (pseudepígrafo). O Apocalipse de Pedro descreve uma visão divina de Cristo. Após buscar sinais da Segunda Vinda de Jesus (parusia), a obra adentra em uma catábase (visão do além), detalhando tanto a bem-aventurança celestial para os salvos quanto as punições infernais para os condenados. Em particular, as punições são descritas de forma gráfica em um sentido físico e correspondem vagamente à lei de talião ("olho por olho"): os blasfemadores são pendurados por suas línguas, os mentirosos que dão falso testemunho têm seus lábios cortados; as pessoas ricas e insensíveis são feitas para vestir trapos e serem perfuradas por pedras afiadas e flamejantes, como mendigos; e assim por diante. É um exemplo inicial do mesmo gênero da mais famosa Divina Comédia de Dante, onde o protagonista faz um tour pelos reinos do além.