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Balneabilidade

Placa fixada na praia em São Luís, contendo a frase: A água neste ponto encontra-se imprópria.
Placa de local impróprio para banho.

Balneabilidade é a capacidade que um local tem de possibilitar o banho e atividades esportivas em suas águas, ou seja, é a qualidade das águas destinadas à recreação de contato primário, que é determinada a partir da quantidade de bactérias do grupo coliforme presentes na água. É feita análise que quantifica os coliformes totais e fecais, Escherichia coli e/ou Enterococos.

Vários tipos de análises são utilizados, entre elas a técnica dos tubos múltiplos.

Considera-se balneabilidade como a qualidade da água de um corpo d'água para banho. Isso pode ser medido por parâmetros como a presença de bactérias, a concentração de clorofila e a transparência da água.

A balneabilidade pode ser afetada por vários fatores, incluindo a poluição, a erosão do solo e a sobrecarga de nutrientes. A qualidade da balneabilidade é geralmente monitorada pelos órgãos governamentais e pode ser classificada como "adequada", "imprópria" ou "não recomendada" para banho, dependendo dos níveis de contaminação.

De acordo com a Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA nº 274/00, que fixa os critérios de balneabilidade em águas brasileiras, o termo balneabilidade é definido como recreação de contato primário, ou seja, o contato direto do usuário com os corpos d'água, a exemplo de atividades como a natação e o mergulho (CONAMA, 2000; Soares, 2009[1]).

Tal instrumento normativo também estabelece que as águas destinadas à balneabilidade terão sua condição avaliada nas categorias própria e imprópria. Com relação às Tal instrumento normativo também estabelece que as águas destinadas à balneabilidade terão sua condição avaliada nas categorias própria e imprópria. Com relação às águas consideradas próprias, estas podem ainda ser subdivididas nas categorias:

excelente (máximo de 250 coliformes fecais ou 200 Escherichia coli por 100 ml), muito boa (máximo de 500 coliformes fecais ou 400 Escherichia coli) e satisfatória (máximo de 1.000 coliformes fecais ou 800 Escherichia coli). Porém, se o valor obtido para esta variável for superior a 2.500 coliformes fecais ou 2.000 Escherichia coli as águas serão consideradas impróprias. (CONAMA, 2000 apud Buzelli; Cunha-Santino, 2013, p. 197[2]).

A mensuração dos níveis desses parâmetros bacteriológicos, como explicam Vesilind e Morgan (2014, p. 149[3]), faz-se necessária para “determinar o potencial de agentes infecciosos presentes, como bactérias e vírus”, tendo em vista que uma grande quantidade de doenças pode ser transmitida por veiculação hídrica, como hepatite infecciosa, febre tifoide, cólera, salmonelose, etc. Segundo Braga et al. (2013, p. 50[4]), micro-organismos patogênicos são introduzidos na água por meio da matéria fecal de esgotos sanitários.

As Escherichia coli (E. coli) são bactérias aeróbicas encontradas no trato intestinal de seres humanos e de animais de sangue quente cuja presença no ambiente indica a existência de material fecal humano ou de animal homeotermo e, portanto, sinaliza a possível ocorrência de micro-organismos patogênicos no meio. Dessa forma, as bactérias E. coli são empregadas em diversas partes do mundo como micro-organismos indicadores (bioindicadores) da qualidade da água (Pinto, 2010[5]; Vesilind; Morgan, 2014).

Alguns estudos desenvolvidos em diversos locais do País constataram carência de processos de monitoramento das condições de balneabilidade; inexistência de serviço e de sinalização das praias; deficiência na identificação das fontes de poluição fecal; ausência de monitoramento da qualidade específica para areias das praias e de informação à comunidade; descontinuidade dos programas de monitoramento da qualidade da água e da balneabilidade; e impactos antrópicos decorrentes da precariedade de infraestrutura de saneamento básico (Cardonha et al., 2004[6]; Silva, 2005[7]; Lopes, 2010[8]; Pinto, 2010; Passos et al., 2011[9]).

Não raro, verifica-se a ocorrência de discursos divergentes ou entendimentos com pontos de vista destoantes, no que se refere a impactos decorrentes da interferência das precipitações pluviais (pluviosidade) sobre a qualidade e balneabilidade dos corpos d'água, isto é, em um polo há o grupo que sustenta a pluviosidade como fator deteriorante da qualidade das águas e no outro encontram-se os defensores da estiagem contribuinte para o aumento da poluição e contaminação hídrica, conforme discurso a seguir exemplificado:

Falta de chuvas e diminuição da vazão dos rios compromete a qualidade da água dos mananciais, pois ocasiona o aumento da poluição. […] Especialmente em épocas de seca, como a que o estado de São Paulo enfrenta neste início de 2014, a disponibilidade da água diminui drasticamente e o nível de poluição dos rios, lagos e reservatórios aumenta consideravelmente. “Com a escassez provocada pela falta de chuva num período que usualmente temos altos índices pluviométricos, as vazões dos cursos d’água tendem a diminuir e isto pode comprometer a qualidade em alguns pontos destes mananciais”, comenta Lupercio Ziroldo Antonio, diretor do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) da Bacia do Baixo Tietê e governador do Conselho Mundial da Água. [...] “No caso de locais que recebem despejo de esgoto urbano tratado, a diminuição da vazão nestes pontos prejudica a “mistura” do efluente tratado, o que pode causar diminuição na qualidade da água”. (Ecodebate, 2015[10]).

Na situação representada acima, argumenta-se que a falta de chuva (estiagem) ocasiona a diminuição da vazão dos rios e prejudica a diluição dos efluentes, o que agrava a qualidade da água.

Para a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), no entanto, “o verão é também a época do ano mais chuvosa, o que contribui negativamente para as condições de balneabilidade uma vez que maior volume da água dos rios chega ao mar”. A Companhia também explica que “a presença de cursos de água afluindo diretamente a uma determinada praia (e provavelmente tendo recebido águas de córregos onde acorrem o lançamento de esgotos) é mais um indicativo das más condições de balneabilidade de uma praia” (Cetesb, 2015[11]).

  1. SOARES, Daniela Nicioli Estevam da Silva. Bases microbiológicas e químicas da qualidade ambiental da água e areia da orla de Manguinhos-Serra, Espírito Santo, Brasil. 2009. 119f. Dissertação (Mestrado) – Centro Universitário Vila Velha, Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Ecossistemas, Vila Velha. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=181013>. Acesso em: 09 abr. 2015.
  2. Buzelli, Giovanna Moreti (8 de outubro de 2013). «Análise e diagnóstico da qualidade da água e estado trófico do reservatório de Barra Bonita, SP.». Revista Ambiente & Água. 8 (1): 197 
  3. VESILIND, P. Aarne (2014). Introdução à engenharia ambiental. São Paulo: Cengage Learning. p. 149. 438 páginas 
  4. BRANCO, Elisângela de Sousa; FEITOSA, Fernando Antônio do Nascimento; FLORES MONTE, Manuel de Jesus. Variação sazonal e espacial da biomassa fitoplanctônica relacionada com parâmetros hidrológicos no estuário de Barra das Jangadas (Jaboatão dos Guararapes – Pernambuco – Brasil). Tropical Oceanography, Recife, v. 30, n. 2, 2002. Disponível em: <http://www.revista.ufpe.br/tropicaloceanography/>. Acesso em: 09 abr. 2015.
  5. PINTO, Karla Cristiane. Avaliação sanitária das águas e areias de praias da Baixada Santista, São Paulo. 2010, 239f. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública, São Paulo. Disponível em: <http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=575215&indexSearch=ID>. Acesso em: 09 abr. 2015.
  6. CARDONHA, Ângela M. S (2 de abril de 2004). «Fecal pollution in water from storm sewers and adjacent seashores in Natal, Rio Grande do Norte, Brazil» (PDF). International Microbiology. 7. Consultado em 9 de abril de 2015 
  7. SILVA, Larissa Cristina Ferreira da (junho de 2013). «Influência dos aspectos demográficos e climáticos na qualidade das águas das praias de Santos, SP, Brasil» (PDF). Revista Ceciliana. 4 (1). Consultado em 9 de abril de 2015 
  8. LOPES, Frederico Wagner de Azevedo (dezembro de 2010). «Avaliação da qualidade das águas para recreação de contato primário na bacia do alto Rio das Velhas – MG». Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde. 6 (11). Consultado em 9 de abril de 2015 
  9. PASSOS, Cátia Tavares dos et al. Variação sazonal da contaminação por coliformes na areia e água da Praia do Cassino, Rio Grande-RS. Fortaleza, v. 44, n. 1, 2011. Disponível em: <http://www.periodicos.ufc.br/index.php/arquivosdecienciadomar/article/view/172>. Acesso em: 09 abr. 2015.
  10. «Poluição da água: retrato da seca». Portal Ecodebate. 2014. Consultado em 9 de abril de 2015 
  11. «Praias Respostas às perguntas frequentes». Cetesb. 2015. Consultado em 9 de abril de 2015 

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