Bobby Fischer | ||||||||||||||||
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Fischer em 1960. | ||||||||||||||||
Informações pessoais | ||||||||||||||||
Nome completo | Robert James Fischer | |||||||||||||||
Nascimento | 9 de março de 1943 Chicago, Illinois, Estados Unidos | |||||||||||||||
Nacionalidade | islandesa | |||||||||||||||
Morte | 17 de janeiro de 2008 (64 anos) Reykjavík, Islândia | |||||||||||||||
Títulos | Grande Mestre (1958) | |||||||||||||||
Conquistas | ||||||||||||||||
Campeonato Mundial | 1972 – 1975 | |||||||||||||||
FIDE rating | 2 785 (julho de 1972) | |||||||||||||||
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Robert James "Bobby" Fischer (Chicago, 9 de março de 1943 – Reykjavík, 17 de janeiro de 2008) foi um grande mestre de xadrez americano, naturalizado islandês, e décimo primeiro campeão mundial de xadrez, sendo o primeiro e único campeão nascido nos Estados Unidos.[1] Em 1972, venceu o Campeonato Mundial de Xadrez ao derrotar o soviético Boris Spassky em um match disputado em Reykjavík, Islândia, considerado um confronto símbolo da Guerra Fria, o "Match do Século" atraiu um interesse midiático maior que qualquer outra partida de xadrez já disputada. Em 1975, Fischer recusou-se a defender seu título ao não chegar a um acordo com a Federação Internacional de Xadrez (FIDE) em relação ao modelo de disputa da partida. A desistência tornou Anatoly Karpov campeão do Torneio de Candidatos de 1974, o novo campeão mundial.
Fischer demonstrava uma habilidade natural para o xadrez desde cedo. Aos 13 anos, venceu a chamada "Partida do Século" contra Donald Byrne. Começando em 1957, aos 14 anos, participou de oito Campeonatos de Xadrez dos Estados Unidos, vencendo todos com pelo menos 1 ponto de vantagem sobre seus oponentes. Aos 15, Fischer tornou-se o grande mestre de xadrez mais novo da história até então e o candidato mais novo ao campeonato mundial.
Aos 20 anos de idade, Fischer venceu o Campeonato dos Estados Unidos de 1963–64 com uma pontuação de 11/11, a única pontuação perfeita da história do torneio. Seu livro My 60 Memorable Games, publicado em 1969, tornou-se um ícone da literatura de xadrez. Venceu o Torneio Interzonal de 1970 com uma distância recorde de 3½ pontos sobre o segundo colocado, vencendo 20 partidas consecutivas, incluindo duas com o placar perfeito de 6–0 no Torneio de Candidatos de 1971, algo inédito na história da competição. Em julho de 1971, tornou-se o primeiro número 1 oficial do ranking FIDE.
Após perder o título mundial, Fischer tornou-se recluso e, de certa forma, excêntrico, desaparecendo tanto dos campeonatos de xadrez quanto da mídia. Em 1992, reapareceu em uma revanche contra Spassky, na Iugoslávia, país que, à época, estava sob embargo da ONU. Sua participação na partida gerou um conflito com o governo norte-americano, que requereu imposto de renda sobre o prêmio pela sua vitória, chegando a emitir um mandado de prisão a Fischer. Após esses acontecimentos, passou a viver no exílio. Em 2004, foi preso no Japão por utilizar-se de um passaporte que havia sido revogado pelo governo dos Estados Unidos. O parlamento islandês o ofereceu passaporte e cidadania islandeses, permitindo-o viver no país até sua morte em 2008.
Fischer fez inúmeras contribuições adicionais para o xadrez. Na década de 1990, patenteou um sistema modificado de relógio de xadrez, que adiciona um incremento no tempo após cada movimento, sendo hoje a prática padrão em torneios de alto nível. Também é de sua invenção uma variante do jogo chamada "xadrez aleatório de Fischer" (também conhecida como "Chess960").