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Ciclone tropical

 Nota: "Furacão" redireciona para este artigo. Para outros significados, veja Furacão (desambiguação).
Furacão Patricia (2015) como visto da órbita terrestre durante a Expedição 45 da Estação Espacial Internacional.
O furacão Catarina, um ciclone tropical do Atlântico Sul raro visto da Estação Espacial Internacional (EEI) em 26 de março de 2004.
Furacão Isabel (2003) visto da órbita terrestre durante a Expedição 7 da EEI. O olho e outras características próprias de ciclones tropicais são claramente visíveis na imagem.

Um ciclone tropical é uma grande perturbação na atmosfera terrestre. É um sistema formado por grandes tempestades e é caracterizado por ser uma região onde a pressão atmosférica é significativamente menor e a temperatura é ligeiramente maior do que em suas vizinhanças. É uma área de baixa pressão atmosférica com uma circulação fechada de ventos e diferencia-se dos ciclones extratropicais por ter um núcleo quente e um centro bastante definido em sistemas mais intensos, conhecido como olho. A grande diferença de pressão atmosférica entre o centro do ciclone e suas vizinhanças, conhecida como força de gradiente de pressão, gera intensos ventos, que podem ultrapassar 300 km/h em grandes ciclones. Seu giro característico, no sentido anti-horário no hemisfério norte e no horário no hemisfério sul, é inicialmente causado pela força de Coriolis e postergado pela energia liberada pela condensação da umidade atmosférica. Trovoadas e chuvas torrenciais estão frequentemente associadas a ciclones tropicais. Formam-se costumeiramente nas regiões trópicas, aos arredores da Linha do Equador, onde constituem uma parte do sistema de circulação atmosférica, ao moverem calor da região equatorial para as latitudes mais altas. O ciclone tropical é movido pela energia térmica liberada quando ar úmido sobe para camadas mais altas da atmosfera e o vapor de água associado se condensa.

Ciclone tropical é um termo geral para esse fenômeno meteorológico, mas dependendo de sua localização geográfica e de sua intensidade, os ciclones tropicais podem ganhar várias outras denominações, tais como furacão, tufão, tempestade tropical, tempestade ciclônica, depressão tropical ou simplesmente ciclone.[1] De acordo com Ernani de Lima Nascimento, doutor em Meteorologia pela Universidade de Oklahoma (EUA) e professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), o termo "tufão" refere-se ao Ciclone Tropical que ocorre no Pacífico Oeste. Se o mesmo fenômeno ocorre no Oceano Atlântico ou no Pacífico Leste, chama-se "furacão".[1]

Produzem ventos e chuvas como qualquer outra região onde há significativas taxas de variação da pressão atmosférica. Entretanto, as taxas de variação da pressão atmosférica em ciclones tropicais são em geral muito acentuadas, e, associados à presença de calor e de umidade em abundância sobre os oceanos quentes, as chuvas e os ventos podem ser particularmente intensos. Os ciclones tropicais também são capazes de gerar ondas fortíssimas e a maré de tempestade, uma elevação do nível do mar também causados pelos ventos intensos quando o sistema se aproxima de uma região costeira. Estes fatores secundários podem ser tão devastadores quanto os ventos e as chuvas fortes. Os ciclones tropicais formam-se a partir de perturbações atmosféricas sobre grandes massas de água quente, onde há alta concentração de calor e umidade que funcionam como seu combustível. No entanto, perdem sua intensidade assim que alcançam regiões costeiras e o continente, pois o calor e a umidade já não estão mais disponíveis. Esta é a razão de as regiões costeiras serem geralmente as áreas mais afetadas pela passagem de um ciclone tropical; regiões afastadas da costa são geralmente poupadas dos ventos mais fortes. Entretanto, as chuvas torrenciais podem causar enchentes severas e as marés de tempestade podem causar imensas inundações costeiras; em algumas ocasiões a água do mar pode chegar a mais de 40 quilômetros da costa. Seus efeitos podem ser devastadores para a população humana, embora possam amenizar estiagens.

A maneira mais comum para a formação de ciclones tropicais é a ocorrência de uma perturbação fraca em condições atmosféricas favoráveis. Existem outros meios menos comuns: um ciclone extratropical pode estar sobre águas suficientemente quentes e imerso em uma região com alta disponibilidade de calor e umidade, tendo todas as condições para se transformar em um ciclone tropical. Este foi o caso do furacão Catarina em 2004, que atingiu a costa da região sul do Brasil como um ciclone tropical com ventos de até 185 km/h.

Os ciclones tropicais são os causadores de alguns dos piores desastres naturais do mundo. Em 2008, o ciclone Nargis causou mais de 150 000 fatalidades em Mianmar. O ciclone de Bhola de 1970 causou mais de 300 000 mortes em Bangladesh. Algumas regiões do mundo estão mais propensas a serem atingidas por ciclones tropicais do que outras: o leste da China costuma ser atingida por dez ciclones por ano, enquanto nas Filipinas este número pode chegar a vinte. Japão, Austrália, Madagascar, os países do Caribe, México e os Estados Unidos também são atingidos por ciclones todo ano, mas em geral esses países estão mais preparados para a eventual chegada de um ciclone tropical: os Estados Unidos, por exemplo, têm uma agência especial para a previsão e monitoramento de ciclones, o Centro Nacional de Furacões. Entretanto, outros países são menos propensos ou nunca recebem em suas costas um ciclone tropical. Os países banhados pelo Mar Arábico e o Golfo de Bengala podem ser afetados por ciclones tropicais de grande intensidade uma vez em cinco anos, enquanto que no Atlântico Sul, onde as águas são demasiadamente frias para suportar ciclones tropicais, a geração desses sistemas tem ficado mais comum.


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