Cossacos козки казаки́ Kozacy | ||||||||||||
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População total | ||||||||||||
Entre 3,5 e 5 milhões (2011)[1] | ||||||||||||
Regiões com população significativa | ||||||||||||
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Línguas | ||||||||||||
Línguas eslavas | ||||||||||||
Religiões | ||||||||||||
Ortodoxos | ||||||||||||
Etnia | ||||||||||||
túrquicos e eslavos |
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Cossacos |
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Termos cossacos |
Os cossacos (russo: казаки́, kazakí; ucraniano: коза́ки, kozáky; polaco: Kozacy) são um povo nativo das estepes das regiões do sudeste europeu (principalmente da Ucrânia e do sul da Rússia) que se estabeleceram mais tarde nas regiões do interior da Rússia asiática. Eles são um povo predominante eslavo oriental e cristãos ortodoxos que se originaram na estepe pôntica como um povo nômade. Os cossacos são muito famosos por sua coragem, bravura, força e capacidades militares (especialmente na cavalaria), e capacidade de autossuficiência, mas também pela sua crueldade com que atacavam outros povos e aldeias. A sua importância e força militar eram tão grandes que, mais tarde, durante a sua integração ao Império Russo, foram criadas diversas unidades militares de cossacos. Originalmente, este povo ruteno era constituído por camponeses fugitivos, que escapavam do controle dos senhores da guerra dos feudos polaco e moscovita, rumando, assim, às estepes do sudeste europeu, onde se estabeleceram. Eles habitavam áreas escassamente povoadas e ilhas no baixo Dnieper, nas bacias dos rios Don, Terek e Ural, e desempenharam um papel importante no desenvolvimento histórico e cultural da Ucrânia e do sul da Rússia.[2][3]
Grupos diferentes de cossacos são divididos e identificados com diferentes voiskos, ou regiões geográficas. Os mais conhecidos são os da Sibéria, Baikal, Ural, Terek, Don e do Siche da Zaporíjia. Os cossacos ficaram imensamente conhecidos na Europa Ocidental nos meados do século XVII, em resultado da grande revolta de Bohdan Chmielnicki e dos zaporijianos contra a República das Duas Nações, no território da atual Ucrânia, revolta essa que veio abalar as fundações da Europa Oriental, fazendo com que os cossacos fossem mesmo considerados como os fundadores da Ucrânia moderna.[carece de fontes]
A população de cossacos cresceu muito durante o fim da Idade Média, dada a grande quantidade de camponeses que fugiam do domínio dos senhores feudais e se juntavam a eles para formar comunidades democráticas, autogovernadas e semi-militares.
Com o tempo, os cossacos tornaram-se guardiões das terras que ocuparam e defensores de suas fronteiras, estabelecendo-se, assim, de vez numa região. Os cossacos foram, em especial, destaque como guardiões da fronteira russa contra o Canato de Cazã. Durante o século XIX, na Europa, os cossacos tornaram-se amplamente conhecidos pelas várias guerras travadas ao lado da Rússia, contribuindo, assim, para a imagem estereotipada da Rússia daqueles tempos. Os cossacos integraram o Exército Russo em várias guerras durante os séculos XVIII e XIX. Durante a Guerra Civil Russa, o povo cossaco não se alinhou a nenhuma das facções. Os que desejaram, juntaram-se ao Exército Vermelho ou ao Exército Branco. O território dos cossacos do Don foi um dos mais resistentes aos bolcheviques. Os regimentos militares cossacos foram, no entanto, reorganizados antes da Segunda Guerra Mundial.
Na Rússia contemporânea, os cossacos são considerados como um grupo étnico ou como uma parte das forças armadas russas. Nos últimos censos realizados nesse país, a “categoria” cossaca foi separada do resto da população, tendo sido contabilizados mais de 150 000 cossacos a serviço das forças armadas russas, enquanto que o grupo étnico é constituído por vários milhões de descendentes dos antigos guerreiros cossacos. A sua cultura foi proibida nos tempos da União Soviética, e houve até uma tentativa falhada de erradicação de sua cultura. Atualmente, a etnia está vivendo um período de forte revivalismo de sua cultura, sendo esse movimento mais forte no sul da Rússia.
Maioria dos cossacos são cristãos ortodoxos.[4]