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Dalai-lama

 Nota: Se procura o atual Dalai-lama, veja Tenzin Gyatso.
Dalai-lama
Monarquia


Titular:
Tenzin Gyatso, o 14º Dalai-lama
Título: Sua Santidade/Sua Majestade
Herdeiro aparente:
Primeiro Dalai-lama: Gedun Drub
Formação: 1391

Dalai-lama é o título de uma linhagem de líderes religiosos da escola Gelug do budismo tibetano. Em se tratando de um monge e lama, é reconhecido por todas as escolas do budismo tibetano.[1][2] Os dalai-lamas foram os líderes políticos do Tibete entre os século XVII até 1959, residindo em Lhasa.

Dalai, em mongol, significa 'oceano', e lama é a palavra tibetana para 'mestre', 'guru', e várias vezes referido como "Oceano de Sabedoria", um título dado pelo regime mongoliano a Altan Khan (1507–1582) e agora aplicado a cada encarnação da sua linhagem. Os dalai-lamas são mostrados como sendo a manifestação de Avalokiteshvara, o Bodhisattva da compaixão, cujo nome, em tibetano, é Chenrezig. Após a morte de um dalai-lama, é iniciada uma pesquisa pelos seus discípulos para descobrir o seu renascimento ou tulku.

Lama é um termo geral aplicado aos mestres budistas tibetanos. O atual dalai-lama é muitas vezes chamado de "Sua Santidade" por ocidentais, embora este pronome de tratamento não exista na língua tibetana — não se tratando, portanto, de uma tradução. Tibetanos podem referir-se a ele usando epítetos tais como Gyawa Rinpoche, que significa "grande protetor", ou Yeshe Norbu, a "grande joia".

Acredita-se que os dalai-lamas sejam a reencarnação de uma longa linhagem de tulkus que optaram pela reencarnação, a fim de esclarecer a humanidade. O dalai-lama é muitas vezes considerado o chefe da Escola Gelug, mas essa posição pertence, oficialmente, ao Ganden Tripa, que é uma autoridade temporária nomeada pelo dalai-lama, o qual, na prática, exerce maior influência. Pode-se considerar que Sua Santidade é o "rei" do Tibete — um Estado que foi governado por líderes religiosos que, no Ocidente, são chamados de teocratas, termo que não é exato, já que, no budismo, não existe a figura de qualquer deus criador.

Desde a época do 5º Dalai Lama no século XVII, seu personagem sempre foi um símbolo da unificação do estado do Tibete, onde representou valores e tradições budistas.[3] O Dalai Lama foi uma figura importante da tradição Gelug, que era politicamente e numericamente dominante no Tibete Central, mas sua autoridade religiosa foi além das fronteiras sectárias. Embora não tivesse nenhum papel formal ou institucional em nenhuma das tradições religiosas, que eram encabeçadas por seus próprios altos lamas, ele era um símbolo unificador do estado tibetano, representando valores e tradições budistas acima de qualquer escola específica.[4] A função tradicional do Dalai Lama como uma figura ecumênica, reunindo grupos religiosos e regionais díspares, foi assumida pelo 14º Dalai Lama. Ele trabalhou para superar as divisões sectárias e outras na comunidade exilada e tornou-se um símbolo da nacionalidade tibetana para os tibetanos, tanto no Tibete quanto no exílio.[5]

De 1642 a 1705 e de 1750 a 1950, os Dalai Lamas ou seus regentes chefiaram o governo tibetano (ou Ganden Phodrang ) em Lhasa, que governou todo ou a maior parte do planalto tibetano com vários graus de autonomia.[6] Este governo tibetano desfrutou do patrocínio e proteção primeiro dos reis mongóis dos Canatos de Khoshut e Dzungar (1642–1720) e depois dos imperadores da dinastia Qing liderada pelos Manchus (1720–1912). Em 1913, vários representantes tibetanos, incluindo Agvan Dorzhiev, assinaram um tratado entre o Tibete e a Mongólia, proclamando o reconhecimento mútuo e sua independência da China. A legitimidade do tratado e a independência declarada do Tibete foram rejeitadas tanto pela República da China quanto pela atual República Popular da China.[7][8] Os Dalai Lamas chefiaram o governo tibetano até 1951.

  1. Infopédia: dalai-lama, dalai-lamas
  2. Dicionário Houaiss: dalai-lama
  3. Woodhead, Linda (2016). Religions in the Modern World. Abingdon: Routledge. p. 94. ISBN 978-0-415-85881-6 
  4. Religions in the Modern World: Traditions and Transformations. [S.l.]: Taylor and Francis. Kindle locations 2519–2522 
  5. Cantwell and Kawanami (2016). Religions in the Modern World. [S.l.]: Routledge. 94 páginas. ISBN 978-0-415-85880-9 
  6. Smith 1997, pp. 107–149.
  7. Emilian Kavalski (1 de abril de 2016). The Ashgate Research Companion to Chinese Foreign Policy. [S.l.]: Routledge. pp. 445–. ISBN 978-1-317-04389-8 
  8. «Udo B. Barkmann - Die Mongolei und die VR China – Wege zur strategischen Partnerschaft (2003–2011)», Geschichte und Gesellschaft des modernen China, ISBN 9783631671146, Peter Lang, 2016, doi:10.3726/978-3-653-06417-9/36 

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