Demarquia (em inglês: Demarchy) é um termo cunhado pelo filósofo austríaco Friedrich Hayek em seu livro Direito, Legislação e Liberdade, depois usado por John Burnheim para descrever um sistema político sem Estado ou burocracia. O conceito em Burnheim difere do de Hayek. Para o primeiro, este sistema político se basearia em grupos de decisores escolhidos aleatoriamente. Estes grupos, chamados "jurados políticos" (policy juries), "jurados civis" (citizens' juries) ou "Conferências de consenso" (Consensus Conferences), deliberariam e tomariam decisões sobre políticas públicas do mesmo modo que os jurados alcançam vereditos nos casos penais.
A demarquia tenta superar alguns dos problemas funcionais das democracias representativas convencionais, que na prática têm sido sujeitas à manipulação por parte de lobbies e que uma divisão entre políticos profissionais (incluindo nessa categoria os lobbistas) e um eleitorado basicamente passivo, descomprometido, inativo e freqüentemente desinformado. Segundo Burnheim, a eleição aleatória dos decisores políticos facilitaria aos cidadãos comuns participarem de forma significativa, e dificultaria que lobbies corrompessem o processo.
A democracia ateniense fez muito uso de sorteio de decisores, com praticamente todos os oficiais do governo preenchidos dessa forma em vez de eleições. Nas províncias canadenses de Columbia Britânica e Ontário, um grupo de cidadãos foi sorteado para criar a Assembleia sobre a Reforma Eleitoral para investigar e recomendar mudanças nos sistemas eleitorais das províncias.