Nota: Este artigo é sobre os conflitos militares resultantes da dissolução da Iugoslávia. Para relato dos eventos que implicaram na destruição do Estado iugoslavo, veja
dissolução da Iugoslávia.
A Guerra Civil Iugoslava (português brasileiro) ou Jugoslava (português europeu) ou Guerras Iugoslavas (português brasileiro) ou Jugoslavas (português europeu) foram uma série de conflitos étnicos separados, mas relacionados,[9][10][11] guerras de independência e insurgências que ocorreram na República Socialista Federativa da Iugoslávia de 1991 a 2001.[13] Os conflitos levaram e resultaram da divisão da Iugoslávia, que começou em meados de 1991, em seis países independentes, correspondentes às seis entidades conhecidas como repúblicas que anteriormente constituíam a Iugoslávia: Eslovênia, Croácia, Bósnia e Herzegovina, Montenegro, Sérvia e Macedônia (agora chamada de Macedônia do Norte). As repúblicas constituintes da Iugoslávia declararam independência devido a tensões não resolvidas entre as minorias étnicas nos novos países, que alimentaram as guerras. Embora a maioria dos conflitos tenha terminado através de acordos de paz que envolveram o pleno reconhecimento internacional de novos Estados, resultaram num número enorme de mortes, bem como em graves danos económicos para a região.
Durante os estágios iniciais da dissolução da Iugoslávia, o Exército Popular Iugoslavo (JNA) procurou preservar a unidade da nação iugoslava, esmagando todos os governos republicanos. No entanto, ficou cada vez mais sob a influência de Slobodan Milošević, cujo governo invocou o nacionalismo sérvio como um substituto ideológico para o enfraquecido sistema comunista. Como resultado, o JNA começou a perder eslovenos, croatas, albaneses kosovares, bósnios e macedônios, e tornou-se efetivamente uma força de combate composta apenas por sérvios e montenegrinos.[14] De acordo com um relatório de 1994 da Organização das Nações Unidas (ONU), o lado sérvio não pretendia restaurar a Iugoslávia; em vez disso, pretendia criar uma “Grande Sérvia” a partir de partes da Croácia e da Bósnia.[15] Outros movimentos irredentistas também foram associados às Guerras Iugoslavas, como a "Grande Albânia" (do Kosovo, ideia abandonada após a diplomacia internacional) [16][17][18][19][20] e a "Grande Croácia" (de partes da Herzegovina, abandonadas em 1994 com o Acordo de Washington).[21][22][23][24][25]
Muitas vezes descritas como um dos conflitos armados mais mortíferos da Europa desde a Segunda Guerra Mundial, as Guerras Iugoslavas foram marcadas por muitos crimes de guerra, incluindo genocídio, crimes contra a humanidade, limpeza étnica e violações em massa durante a guerra. O genocídio na Bósnia foi o primeiro evento europeu em tempo de guerra a ser formalmente classificado como de carácter genocida desde as campanhas militares da Alemanha Nazista, e muitos dos principais indivíduos que o perpetraram foram posteriormente acusados de crimes de guerra;[26] o Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPIJ) foi estabelecido pela ONU em Haia, Holanda, para processar todos os indivíduos que cometeram crimes de guerra durante os conflitos.[27] De acordo com o Centro Internacional para a Justiça Transicional, as Guerras Jugoslavas resultaram na morte de 140 000 pessoas, enquanto o Centro de Direito Humanitário estima pelo menos 130 000 vítimas. Ao longo da sua década de duração, os conflitos resultaram em grandes crises humanitárias e de refugiados.[28][29][30]
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- ↑ Finlan (2004), p. 8.
- ↑ Naimark (2003), p. xvii.
- ↑ Alguns historiadores apenas restringem os conflitos à Eslovênia, Croácia, Bósnia e Herzegovina e Kosovo na década de 1990. Outros também incluem a Insurgência do Vale de Preševo e Insurgência da Macedônia de 2001.
- ↑ Armatta, Judith (2010), Twilight of Impunity: The War Crimes Trial of Slobodan Milosević, Duke University Press, p. 121
- ↑ Anexo IV – II.
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