Os jogos inaugurais do Coliseu tiveram lugar em Roma no ano 80, sob o mandato do imperador romano Tito, para celebrar a finalização da construção do Anfiteatro Flávio (do latim: Amphitheatrum Flavium), mais tarde conhecido como Coliseu. O imperador Vespasiano começou a construção do anfiteatro cerca do ano 70,[1] e este foi completado por Tito pouco depois da morte de Vespasiano, no ano 79. Depois do curto reinado de Tito começar com vários meses de desastres, incluindo a erupção do Monte Vesúvio, um incêndio em Roma, e um surto de peste, o mesmo imperador inaugurou o edifício com uns jogos pródigos que duraram mais de cem dias.
Há poucas provas documentais da natureza dos jogos. Parece que seguiram o formato normal dos jogos romanos: veações (jogos com animais) na sessão da manhã, seguida das execuções de criminosos por volta do meio-dia e uma sessão da tarde reservada para as munera gladiatoria[2] (combates de gladiadores) e a recriação de batalhas famosas. Os jogos com animais, nos quais participaram criaturas de todos os pontos do Império Romano, incluíam a caça de animais exóticos e pelejas entre diferentes espécies. Os animais também desempenharam um papel em algumas nóxios (execuções) que foram organizadas como reconstruções de mitos e acontecimentos históricos. As naumaquias faziam parte dos espectáculos, mas se estas tinham lugar no próprio anfiteatro ou num lago construído expressamente por César Augusto é um tema de debate entre os historiadores. Segundo Dião Cássio, terão ocorrido na inauguração duas naumaquias, uma no anterior lago, com centenas de combatentes, e outra necessariamente menor já no próprio anfiteatro.[3]
Só chegaram até aos nossos dias os relatos de três autores contemporâneos ou pelo menos próximos da data dos acontecimentos. Os trabalhos de Suetónio e Dião Cássio se centram nos grandes acontecimentos, enquanto que Marco Valério Marcial proporciona alguns fragmentos de informação sobre jogos ditos pontuais e o único registo pormenorizado de um combate de gladiadores na arena que chegou aos nossos dias: a luta entre Vero e Prisco.