Juan Manuel de Prada | |
---|---|
Juan Manuel de Prada em 2007.
| |
Nome completo | Juan Manuel de Prada Blanco |
Nascimento | 31 de janeiro de 1970 (54 anos) Barakaldo, Espanha |
Nacionalidade | Espanhol |
Alma mater | |
Ocupação | Crítico literário e escritor |
Prémios | Prémio Planeta (1997) Prémio Nacional de Narrativa (2004) |
Género literário | Romance, conto |
Movimento literário | Pós-modernismo |
Magnum opus | Las máscaras del héroe |
Religião | Catolicismo |
Juan Manuel de Prada Blanco (Barakaldo, Vizcaya, 8 de dezembro de 1970), é um crítico literário e escritor espanhol.
Em seus artigos expõe um discurso tradicionalista e apaixonadamente defende os pontos de vista da Igreja Católica sobre questões polémicas como o aborto, a eutanásia e o casamento gay. É igualmente muito crítico do liberalismo e da alienação do indivíduo no contexto do pós-modernismo e capitalismo, numa linha de pensamento econômica-social distributista que o seduz.[1]
Reivindica a Idade Media, negando que seja uma era obscura[2] e acredita que o mundo ocidental chegou ao topo no século XIII. A crise que atualmente vive tem as raízes no século XVI. Nessa época apareceram três acontecimentos essenciais para compreender a história europeia posterior: a obra de Maquiavel, que separou a moral da política; a revolta contra a Igreja romana, encabeçada por Lutero e causa do nascimento do protestantismo; e a teoria política de Jean Bodin, criador do conceito de Soberania que sobrepus o Estado à unidade da cristandade num Império. Também considera relevantes a quebrança jurídica de Hobbes e a quebrança social da Paz de Vestfália.[3] Todas estas quebranças se cristalizaram na Revolução francesa de 1789, momento desde o qual De Prada considera que «toda a filosofia moderna» se convirteu em «anticristã, antitomista e antiaristotélica».[4]
É oposto à Modernidade, ao puritanismo[5] e ao capitalismo, influenciado por Chesterton.[6] Defende que Rousseau é o pai da engenharia social.[7] Também criticou a Descartes,[8]Adam Smith,[9][10] David Ricardo,[11] Stuart Mill,[11]Hegel[12] ou Nietzsche.[13] É oposto à União Europeia[3] e defende a justiça social.[2] Considera que o liberalismo económico é "uma das idéias mais nefastas da história da humanidade".[14] Equipara o capitalismo ao comunismo.[15] Afirma que o liberalismo cria as condições sociais, económicas e morais ótimas para o triunfo da esquerda socialista e do comunismo.[16] Entende que os males que a direita atribui ao comunismo são na verdade ocasionados pelo capitalismo.[17] Acredita que o Papa Francisco defende a ortodoxia económica da Igreja.[18] Sobre o puritanismo declarou:
“ | “Nosso mundo é hipócrita e puritano. O puritanismo é uma degeneração da hipocrisia que primeiro finge ser virtuosa e, quando percebe que a virtude absoluta é impossível, tenta transformar seus vícios em virtudes, de tal forma que nossa fraqueza é absolutamente negada e se torna força. A posição católica é muito mais realista com a realidade humana: aceita-se que é fraca, mas essa fraqueza é apontada».[19] | ” |
Afirmou que "a mentalidade católica é tão defensiva que deixou de entender o significado da arte", "mostrar o pecado hoje é escandaloso", "o artista deve mostrar como a Graça atua no território do diabo" e que "em um cinema autenticamente católico, o mal deve ser atraente". Ele concorda com Leonardo Castellani em que Baudelaire foi o maior poeta católico do século XIX. Detesta o farisaísmo:
“ | O farisaísmo é a incapacidade de aceitar que Deus perdoa nossas faltas, estabelecendo-nos como os puros que não podem cair nelas. É a incapacidade de aceitar a conversão do pecador, a possibilidade do novo homem, e afirmar que, se alguém caiu no passado, deve continuar sempre a ser esfregado na cara (os fariseus jamais admitiriam a santidade de Maria Madalena ou Agostinho de Hipona.) E farisaísmo é não admitir que Deus pode agir através de nós, pecadores, que o que os pecadores fazem, Deus pode curá-lo com sua graça; e que Deus pode usar os pecadores para realizar sua obra de salvação.[20] | ” |
Detesta a pedagogia crítica.
Sobre o romance "Las máscaras del héroe", Arturo Pérez-Reverte escreveu: "talvez o melhor romance espanhol dos últimos vinte anos".[21] Este romance foi incluido entre os cem melhores em espanhol do s.XX pelo jornal "El Mundo"[22].