Departamento de Maiote / Mayotte | |
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Département de Mayotte | |
Lema: Liberté, Égalité, Fraternité (Francês: "Liberdade, Igualdade, Fraternidade") | |
Hino: A Marselhesa | |
![]() Mayotte
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Capital | Mamudzu |
Língua oficial | Francês |
Gentílico | maiotense[1] |
Governo | Departamento de ultramar da França |
• Presidente de França | Emmanuel Macron |
• Presidente do Conselho Departamental | Ben Issa Ousseni |
• Prefeito | François-Xavier Bieuville |
Departamento de Ultramar da França | |
• Território ultramarino | 11 de abril de 1976 |
• Coletividade de ultramar | 2 de julho de 2000 |
• Departamento ultramarino | 29 de março de 2009 |
Área | |
• Total | 374 km² (185.º) |
• Água (%) | 0.4 |
População | |
• Estimativa para 2019 | 270.372[2] hab. |
• Densidade | 723 hab./km² (21.º) |
PIB (base PPC) | Estimativa para 2005 |
• Total | US$ 1.13 billion |
• Per capita | US$ 6500 |
Moeda | Euro (EUR) |
Fuso horário | (UTC+3) |
Cód. ISO | YT |
Cód. Internet | .yt |
Cód. telef. | +269 |
Maiote[3][4][5] (em francês: Mayotte, nome também usado em português[6][7][8][9][10][11][12]), oficialmente Departamento de Maiote, (em francês: Département de Mayotte)[13] é um departamento ultramarino e coletividade territorial única da França, situado entre o oceano Índico e o canal de Moçambique, na porção mais oriental do arquipélago das Comores. Em uma perspectiva sociológica crítica, nos termos do colonialismo e do imperialismo, Maiote pode ser entendida como uma Colônia contemporânea da França – a exemplo de outros territórios invadidos por países europeus a partir do século XVI.[14] Compreende a ilha principal de Maiote, propriamente dita, também conhecida por Mahoré ou Grande Terre, e duas ilhas bem menores: Pamanzi (ou Petite Terre) e Chissioi m'Zamboro. Maiote faz parte do arquipélago das Comores, localizado ao norte do canal de Moçambique, no oceano Índico, na costa do sudeste da África, entre o noroeste de Madagascar e o nordeste de Moçambique. Os outros vizinhos mais próximos de Maiote são Comores, a noroeste; Seicheles, a nordeste; Ilhas Gloriosas, dependentes das Terras Austrais e Antárticas Francesas, a nordeste. O status de coletividade territorial única da ilha foi outorgado em 2011, e a região permanece, por uma margem significativa, a mais pobre da França. O território é, no entanto, muito mais próspero do que os outros países do canal de Moçambique, tornando-se um importante destino para a imigração ilegal.
A área do departamento de Maiote é de 374 km² e, com sua população de 270 372 habitantes, de acordo com estimativas oficiais de janeiro de 2019,[2] o departamento é muito densamente povoado, possuindo uma densidade de 723 hab/km². A maior cidade e a capital de Maiote é Mamudzu, localizada em Grande-Terre. No entanto, o Aeroporto Internacional Dzaoudzi-Pamandzi está localizado na ilha vizinha de Petite-Terre. O território também é conhecido como Maore, o nome nativo de sua ilha principal, especialmente pelos defensores de sua inclusão na União das Comores.
Embora, como departamento, Maiote seja agora parte integrante da França, a maioria dos habitantes não fala francês como primeira língua,[15] mas a maioria das pessoas com 14 anos ou mais relatam no censo que podem falar francês (com níveis variáveis de fluência).[16] A principal língua falada pela população é o shimaore, uma língua nativa intimamente relacionada com as variantes falados nas Comores. A segunda língua nativa mais falada é o bushi, uma língua malgaxe que também é falada em Madagascar. A grande maioria da população de Maiote é muçulmana, correspondendo a 97% da população, os restantes 3% seguem o cristianismo, na sua maioria sendo católicos.
A ilha foi inicialmente povoada por povos vindos da África Oriental. Foi descoberta por navegadores árabes (que levaram o Islã) do período Abássida, no século IX, e anexada, juntamente com Comores. Um sultanato denominado Maore foi estabelecido na ilha em 1500. Em 1503, os exploradores portugueses se tornaram os primeiros europeus a chegar a Maiote, que foi observada e nomeada (primeiramente por Espiritu Santu), mas não colonizada por Portugal. No século XIX, a ilha foi conquistada por Andriantsoly, ex-rei de Iboina, um estado tradicional que foi estabelecido onde hoje é Madagascar, e mais tarde pelas ilhas vizinhas Mohéli e depois Anjouan, antes de serem compradas e anexadas pela França em 1841. A população de Maiote votou para permanecer politicamente uma parte da França no referendo de 1974 sobre a independência das Comores. O território tornou-se um departamento ultramarino em 31 de março de 2011 e tornou-se uma região ultraperiférica da União Europeia em 1 de janeiro de 2014, após um referendo realizado em 2009 com um resultado esmagador em favor do status de departamento.[17]
O novo departamento enfrenta enormes problemas e desafios: em 2019, com um crescimento populacional anual de 3,8%, metade da população tem menos de 17 anos, o desemprego atinge 35% e 84% dos habitantes vivem abaixo da linha oficial da pobreza. Além disso, como resultado da imigração ilegal massiva das ilhas vizinhas, 48% da população são estrangeiros.[18]