Museologia (do grego μουσειόν = museión 'museu', lugar das musas, e λόγος = logos, razão) é a área do conhecimento que pesquisa a relação dos sujeitos humanos com os seus objetos/referências culturais socialmente relevantes, num dado contexto[1][2]. Está situada entre as ciências humanas e sociais, com corpus teórico próprio e uma linguagem de especialidade em constante expansão e consolidação[3].
Compreende a reflexão e a prática sobre museus e instituições culturais em atividades como a gestão/administração, pesquisa, documentação, curadoria, preservação, exposição e interpretação de coleções e referências culturais. Envolve também a teoria e a prática da preservação do patrimônio cultural e natural, principalmente a partir dos processos de patrimonialização e de musealização, estabelecendo frequentes diálogos interdisciplinares e de co-criação com diferentes comunidades[4].
Entre os museólogos distingue-se normalmente duas escolas: A Escola da Museologia, que defende esse campo como detentor de um estatuto científico próprio e, portanto, autônomo (Davis, Peter 2013), e a escola dos Estudos de Museus (Museum Studies), que aborda os museus como uma técnica ou um conjunto de práticas, sem constituir uma ciência específica.
Sucintamente, a tradição científica se desenvolveu bastante a partir dos anos 70, com os trabalhos de museólogos do Leste Europeu, como Zbyněk Zbyslav Stránský, Jan Jelínek, Anna Gregorová, Vinoš Sofka, dentre outros. Já na América, com o Canadá, México e Brasil foram desenvolvidas várias experiências marcantes de intervenção, que influenciaram os rumos da Museologia a nível global. O local de acolhimento de toda essa produção acadêmica, a nível internacional, se dá no Comitê Internacional de Museologia (ICOFOM) do Conselho Internacional de Museus (ICOM). Nesta tradição, distingue-se a abordagem da teoria social (museologia) da questão da técnica (museografia).
Na tradição dos Estudos de Museus, há também uma preocupação com a teoria social, embora sem assumir tal autonomia do disciplina científica. Porém, estes trabalhos ainda eram percebidos como trabalhos sobre museus na visão de outras disciplinas, como: a sociologia, a antropologia, as ciências naturais, a arqueologia, a comunicação, semiótica e os estudos culturais.
Apesar da procura de um corpo teórico para a formação da teoria social museológica, o Museu - enquanto instituição - se dedica à gestão, pesquisa e comunicação (em suas diversas formas) dentro ou fora, visando promover a cultura, a educação e as representações da sociedade.
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