Oncogenes são genes relacionados com o aparecimento e crescimento de tumores, malignos ou benignos, e foram descobertos a partir de estudos feitos com retrovírus. Os tumores surgem quando processos que controlam a divisão, localização e mortalidade da célula, falham. A perda do controle desses mecanismos pode estar relacionada a mutações em três categorias de genes: proto-oncogenes, genes responsáveis pela sinalização de vias que regulam o ciclo celular e que, quando mutáveis ou presentes em muitas cópias, se transformam em oncógenes; genes supressores de tumor, que normalmente evitam a desregulação do ciclo, reparam erros de divisão e controlam o processo de apoptose e que, quando mutáveis, perdem essa função; genes que codificam enzimas reparadoras de DNA, que quando mutáveis promovem instabilidade genética.[1]
Um proto-oncogene pode se tornar um oncogene por meio de mutações, de maneira a criar uma proteína resistente à degradação ou hiperativa, ou num ponto de controle, de maneira a codificar a proteína em excesso. Além disso, os proto-oncogenes podem ser amplificados ou ficar sob influência de um novo promotor, translocado de outro locus, e assim codificarem para proteínas em excesso, contribuindo para a formação e/ou o crescimento de tumores.
O gene RAS (rat sarcoma virus), codifica para a proteína ras, espécie de proteína G, e é o mais bem estudado gene relacionado ao câncer. Possui 3 tipos: N-ras, localizado no cromossomo 1, H-ras no cromossomo 11 e K-ras no cromossomo 12.[2] Foi descoberto que sua transformação de proto-oncogene para oncogene derivou de uma mutação pontual que levou a uma substituição de base única, resultando na troca de um aminoácido por outro, nos resíduos 12, 13 ou 61. A mutação causa problemas na atividade GTPásica ou reduz a afinidade da proteína por GTP e GDP.[3]
CDK4 é um gene que codifica uma enzima membro da família quinase dependente de ciclina (CDK) e foi originalmente clonado das células HeLa. Possui papel importante na progressão da fase G1 do ciclo celular. É transformado em oncogene por uma mutação pontual em linhagens germinativas ou somáticas, trocando uma arginina por cisteína, ou uma amplificação da região cromossômica que contém esse proto-oncogene, em linhagens somáticas. O produto do gene mutante não é mais inibido por INK4A, de maneira a prejudicar o ciclo celular e possivelmente induzir a formação e/ou crescimento de tumores.[1]
O proto-oncogene HER2 (human epidermal growth factor receptor 2) codifica para a proteína her2, um receptor de membrana das células da mama, que atua no controle do crescimento, divisão e reparo celular. Em 25% dos cânceres de mama, o gene se encontra amplificado, ou seja, há muitas cópias presentes, e ele passa a atuar como um oncogene, já que produz a proteína em excesso, o que por sua vez desregula o ciclo celular. [1]