Opportunity NYC foi um programa de transferências condicionais - pioneiro nos Estados Unidos - e que foi criado em 2007[1], pela Municipalidade de Nova York, inspirado em programas similares como o Bolsa Família brasileiro, e o Oportunidades mexicano[2] (do qual copiou o nome). O Opportunity NYC, vinculado ao Center for Economic Opportunity, foi uma das principais iniciativas do Prefeito de Nova-York, Michael R. Bloomberg.[3]. Esse programa, em sua fase inicial, contou com a parceria das seguintes entidades: Fundação Rockfeller, Fundação Robin Hood, The Open Society Institute, American International Group AIG e a fundação pessoal do prefeito Bloomberg, a Bloomberg Family Foundation.
O programa foi encerrado em agosto de 2010, em vista dos poucos resultados alcançados na melhoria das condições de saúde e educação das famílias atendidas.[4]
Programas de transferências condicionais[5] são políticas sociais correntemente empregadas para combater e reduzir a pobreza em diversos países. A finalidade desses programas no curto prazo é aliviar os problemas decorrentes da situação de pobreza e no longo prazo, investir no capital humano, quebrando o ciclo intergeracional (i.é: de uma geração para outra) da pobreza[6] e que começaram a ganhar força em 1997, quando havia apenas três países no mundo com essa experiência: Bangladesh, México e Brasil.[7]
- "Para todos nós o estresse da vida diária pode nos obrigar a tomar decisões que não são de nosso melhor interesse. Viver na pobreza torna tomar decisões acertadas ainda mais difícil e pode representar a falta a uma consulta médica indispensável, por exemplo", disse o prefeito Bloomberg. "As famílias que lutam para sobreviver ficam tão focalizadas, em seu dia-a-dia, na própria sobrevivência que é frequentemente difícil para eles planejar seu próprio futuro. Nós estamos seriamente decididos a combater a pobreza na cidade de Nova York e estamos empenhados em encontrar maneiras inovadoras para atingir esse objetivo. O Opportunity NYC dá aos nova-iorquinos pobres um incentivo financeiro para olharem para seu futuro, e para ajudá-los a tomar decisões que melhorem sua perspectiva de vida".[3] Michael R. Bloomberg, Prefeito de Nova York, no comunicado à imprensa por ocasião da inauguração do programa
Nos Estados Unidos, ao contrário do Brasil, onde o Programa Bolsa Família ainda é muito polêmico, e sofre ácidas críticas de alguns setores da população - tanto da direita como da esquerda - o Opportunity NYC foi bem aceito por todo o espectro das preferências políticas norte-americanas:
- "Aqueles da direita aplaudem o sistema por que ele se baseia na iniciativa individual e funciona como um investimento no futuro: crianças no programa se tornam mais saudáveis e permanecem na escola por mais tempo, crescendo com uma melhor chance de se tornarem cidadãos produtivos. Os da esquerda dizem que o programa ajuda a establizar as famílias com problemas financeiros, e permite assim às crianças pobres a possibilidade de um acesso mais justo aos benefícios sociais."[5]
- ↑ Nova York lança programa semelhante ao Bolsa-Família. Jornal do Commercio Online 07/10/2007[ligação inativa]
- ↑ Uma revolução silenciosa muda a vida de milhões no Brasil e no mundo.. Banco Mundial, 22/08/2007
- ↑ a b Opportunity NYC, Nova York: News from the Blue Room. NYC.gov, 18/06/2007
- ↑ «Poor results doom anti-poverty project Opportunity NYC». Daily News. 31 de março de 2010. Consultado em 29 de outubro de 2014
- ↑ a b McMAHON, Colin. NYC program will try to buy good parenting. Chicago: Chicago Tribune, 27/05/2007
- ↑ «DUARTE, Gisléia Benini, et al. Impactos do Programa Bolsa Família Sobre Os gastos Com Alimentos De Famílias Rurais.» (PDF). Consultado em 24 de setembro de 2007. Arquivado do original (PDF) em 8 de fevereiro de 2012
- ↑ BRAMATTI, Daniel. Banco Mundial vê Bolsa Família como modelo. Terra Magazine, 17 de setembro de 2007, 08h18