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Pardes é um acróstico que descreve quatro diferentes abordagens da exegese bíblica do Judaísmo rabínico, que ganhou reconhecimento no comentário do Pentateuco de Baḥya ben Asher de Zaragoza (1291), mas, não conhecida por esse termo ainda, que se tornou uma das obras exegéticas mais populares. Os quatro métodos enumerados na introdução desse comentário do quais devem ser aplicados as passagens bíblicas:[1]
Paralelamente ao comentário de Baḥya sobre o Pentateuco; apareceu na Espanha o Livro que estava destinado a ser a pedra angular da Cabalá que tomou para si o título de relíquia do misticismo antigo, devido ao fato dele fazer referência à Escola de sábios (Tanna; Amora; Savora; Gaon, etc.) que produziu as antigas obras tradicionais, a saber: a Mixná o Talmud e o Midrax. Este Livro o Zoar, usa a forma midraxista percorrendo o Pentateuco, com interrupções, digressões e complementos adicionais originais. Assim como o comentário de Baḥya, mas, em uma base diferente o Zoar assume quatro tipos de exegese, ou melhor, significado quádruplo, que ganharam o nome de PaRDeS, que são as siglas destas abordagens:[2][3][4]
Ao formular essa doutrina de significado quádruplo, o modo cristão de exegese (que era bem conhecido dos judeus espanhóis) provavelmente serviu de modelo. Nisto, o sentido quádruplo (histórico ou literal, tropológico ou moral, alegórico e anagógico) já havia sido formulado há muito tempo (pelo Venerável Bede, no século VIII e por Rhabanus Maurus, no século IX). PaRDeS (פרדס) tornou-se a designação padrão para a interpretação quádrupla, o que fez o sentido místico da Cabalá ganhar um alto nível de consideração. O princípio do significado quádruplo e sua designação, Pardes, foram erroneamente atribuídos ao início da exegese bíblica judaica, no tempo dos Tanna, por causa da expressão Pardes (Pomar ou jardim do prazer), que é usada metaforicamente em um conto místico dos Tanna; mas na verdade a designação Pardes marca à prisão, por muito tempo, do desenvolvimento da exegese bíblica judaica.[5]