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Picolino da Portela

Claudemiro José Rodrigues, mais conhecido como Picolino da Portela (Rio de Janeiro, 13 de maio de 1930 — Rio de Janeiro, 9 de setembro de 2003), foi um cantor, compositor e instrumentista brasileiro. Faz parte da ala de compositores da escola de samba Portela.[1]

Claudemiro José Rodrigues, o Picolino da portela. Assim como "Silêncio que o natal morreu" e ''O Cotidiano'' , que compôs e gravou, outra pepita do samba em tom menor, "Lenços Brancos" (de versos iniciais em epígrafe), é obra maior da lavra de Picolino, muito bem cantada por sua grande intérprete, Eliana Pittman.

Também na voz dessa cantora carioca faz a sua saudação a outros bambas em "Tô Chegando, Já Cheguei", ele que, em 1950, aos 20 anos, adentrou pela primeira vez, para ficar até a morte, o terreiro portelense, egresso, já compositor, do bloco Unidos da Tamarineira, de Oswaldo Cruz. Conhecendo na nova agremiação Candeia e Waldir 59, nela integraria com eles um setor famoso no desfile de carnaval, a Ala dos Impossíveis (a primeira a surgir com coreografia), que lhes possibilitou, em meados dos anos 50, no clube High Life, na Glória, apresentação com as orquestras de Severino Araújo e Cipó. Em 1957, saborearam, juntos, o prazer de ver a azul e branco atravessar a passarela levando no gogó o belo "lençol" (samba descritivo e longo) que fizeram para o enredo "Legados de D. João VI", gravado naquele mesmo ano pela Sinter em "A Vitoriosa Escola de Samba Portela", um pioneiro elepê da escola.

Ainda com Candeia e mais Casquinha, Casemiro, Arlindo, Jorge do Violão e Davi do Pandeiro, Picolino formou, em princípios dos anos 60, quando era a revitalização do chamado samba de raiz, o grupo Mensageiros do Samba. Uma bolacha da Philips foi a única, então, dessa experiência conjunta a girar no prato da vitrola, consequência que não viria de outra formação, de 1966: o Trio ABC, da mesma Portela, em que Picolino teve como parceiros de canto, composição e ritmo Noca (feirante recém-chegado da Paraíso do Tuiuti e levado por Paulinho da Viola à nova escola) e o multifuncional Colombo (peixeiro, guarda portuário, cantor de gafieira, técnico em Comunicação e auditor fiscal do INSS ao longo da vida - um baiano falecido em 2004).


Se não chegou ao vinil, o trio teve acesso a programas de grande audiência da nossa tevê, como os de Chacrinha e Flávio Cavalcanti, além de ter realizado shows por todo o país. Em 1967, em festival de músicas de carnaval promovido pela Secretaria de Turismo da então Guanabara e pelo Museu da Imagem e do Som, presidido por Ricardo Cravo Albin, em associação com a TV Excelsior, Picolino, Noca e Colombo obtiveram, na final do Maracanãzinho, a quinta colocação com "Portela Querida" ("Minha Portela querida/és razão da minha própria vida..."). Um samba que ganharia projeção na mídia com a gravação, em compacto simples da Odeon, por sua intérprete no certame, Elza Soares, laureada com o troféu Carmen Miranda, entregue por Aurora Miranda. O coração da cidade, mais uma vez, deixava-se levar pelo rio de beleza musical da Portela, para o qual o afluente Picolino, com suas águas autorais, muito concorreu. Picolino é uma saudade que ficou a mais (como ele mesmo cantou em música de Erivaldo Santos e Valentim) e se fixou no firmamento do samba, tornando-se uma outra estrela de Madureira que não se apaga.

  1. Gerdal J. Paula (12 de fevereiro de 2014). «Picolino da Portela: uma luz que não se apaga». Revista Música Brasileira 

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