A pintura flamenga refere-se à produção artística realizada no começo do século XV até o século XVII na região de Flandres. [1] A pintura flamenga surgiu através do desenvolvimento de uma mentalidade burguesa (comércio e banca; mercado da arte) e está ligada a uma evolução ideológica para novas formas menos transcendentais para com a Natureza: cultura visual fundamentada em tradições que privilegiam a observação atenta do mundo natural e valorizam a superfície material da imagem.
À visão sintética e unitária da perspectiva linear, contrapõe-se na pintura flamenga, uma análise meticulosa da realidade integrada numa concepção mais empírica do espaço. O elemento unificador é a luz que envolve todas as partes da representação, valorizando os mínimos pormenores.
O resultado é uma descrição extremamente precisa da riqueza do universo visivel, onde o espaço atribuido ao homem não é central nem exclusivo, pois cada elemento, quer seja um objecto do quotidiano ou uma parte da paisagem, merece ser representado e adquire um significado simbólico.