As porfirinas são uma classe de moléculas orgânicas com uma estrutura geral de macrociclo tetrapirrólico (formado por quatro anéis pirrólicos), ligados por ligações metínicas (-CH-), que possui no seu centro um espaço apropriado para acomodar um íon metálico.[1] Este liga-se a quatro átomos de azoto (nitrogênio) presentes no centro. Os representantes mais comuns desta classe de compostos são o grupo hemo, que contém ferro, a clorofila, que contém magnésio, e os pigmentos biliares.[1] Porfirinas de níquel e ou vanádio são comuns na composição do petróleo, sobretudo nas frações mais pesadas.[2]
As porfirinas são pigmentos de cor púrpura e de origem natural. A estrutura em anel da porfirina é a razão pela qual todos os derivados porfíricos absorvem luz a um comprimento de onda próximo dos 410 nm, dando-lhes a sua cor característica. A presença adicional de um íon metálico pode afectar esta propriedade devido ao fenómeno de transferência de carga dos átomos de azoto para o metal, que possui uma energia na gama da radiação visível.
Os derivados metálicos da porfirina comportam-se frequentemente como compostos de coordenação, em que o íon metálico ligado aos azotos pode ter capacidade de ligar mais um ou dois grupos químicos no eixo perpendicular ao plano do anel da porfirina.
Há porfirinas de origem natural onde, no macrociclo, há substituintes nas posições β-pirrólicas, e porfirinas sintéticas, onde os substituintes encontram-se nas posições meso do esqueleto porfirínico.
A porfirina é derivada da degradação dos glóbulos vermelhos, juntamente com a bilirrubina e a hemoglobina. De acordo com influências genêticas ou individuais como tipo de dieta, ingestão inadequada de líquidos entre outras, os seres irão produzir muitas vezes a porifirina em maior quantidade. A porfirina produzida sempre é eliminada pelas excretas (suor, urina, fezes, lágrimas e saliva). Quando produzida em quantidade elevada ao sair juntamente com a excreta, reage com a luz e gerando coloração escura ou púrpura nas regiões onde se elimina a excreta. Em humanos as pessoas com excesso de porfirina apresentam mudanças na coloração ou manchas dos pelos ou da pele das partes genitais, na região das axilas, nas dobras de articulações ou mesmo na região da face. Em animais de pequeno porte é um problema muito comum com destaque naqueles de raças com pelos claros, observando-se manchas com maior intensidade na região da face (epífora - lágrima), na região da boca (saliva), na região do prepúcio ou vagina (urina), na região das patas (coxim plantar - suor) e na região do ânus (fezes). Nestas pequenas espécies é muito comum a utilização de formas quelantes de porifirina aliadas à correção do manejo e da dieta dos mesmos como tratamento e prevenção do problema. A forma quelante de resultado mais comprovado é a de tartarato apresentado sob a forma de tartaratato de tilosina, disponível em apenas um produto comercial no mundo Angels Eyes .