O Primeiro Livro de Enoque (também chamado de Enoque Etíope ou simplesmente 1 Enoque;[2] em ge'ez: መጽሐፈ ሄኖክ, mätṣḥäfä henok), é um livro pseudoepígrafo atribuído a Enoque, ancestral de Noé, contendo literatura apocalíptica judaica.[3]
Bem conhecido pela sua versão em etíope, o livro teve porções preservadas em grego koiné, latim, siríaco e copta e teve suas últimas citações antes da era moderna perto do séc. IX, em grego bizantino.[3][4][5] As porções mais antigas do livro foram encontradas entre os Manuscritos do Mar Morto em Qumram, indicando que o livro é uma compilação de textos em aramaico escritos entre o séc. III a.C. e o séc. I. d.C.[3]
Tendo sido um dos vários livros apocalípticos escritos no período do Segundo Templo, o Primeiro Livro de Enoque nunca foi candidato à canonicidade entre o judaísmo rabínico, sendo guardado principalmente por escolas esotéricas judaicas e, posteriormente, usado como principal fonte folclórica para a história da queda dos anjos.[3] As cópias catalogadas de Qumram fazem parte da herança deixada pela misteriosa comunidade que habitou essa região próxima do Mar Morto, em Ein Gedi.[6] Em seus últimos dias esta comunidade começou a perder o interesse na literatura enoquiana, o que explica a aparição de seus fragmentos em poucas das várias cavernas usadas para a guarda dos livros, bem como a ausência de divisões inteiras de seu conteúdo (sua segunda divisão só existe na versão etíope, por exemplo).[7][3]
Devido ao grande número de alusões e citações na antiguidade, bem como pelo estudo realizado em cima do que o livro refletia para seus autores e leitores originais, muitos estudiosos da literatura pseudoepígrafa consideram este como o mais importante escrito judaico de seu tipo.[3]
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