Queimadura | |
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Esquerda: queimadura de segundo grau com formação de bolha. Direita: a mesma lesão após quatro dias | |
Especialidade | Medicina de urgência |
Sintomas | Superficial: Vermelhidão sem bolhas[1] Profundidade parcial: Bolhas e dor[1] Profundidade total: área rígida e indolor[1] |
Duração | De dias a semanas[1] |
Tipos | Quatro graus de gravidade, podendo afetar a pele de forma superficial, parcialmente profunda, ou totalmente profunda[1] |
Causas | Calor, eletricidade, substâncias químicas, atrito ou radiação[2] |
Fatores de risco | Cozinhar com fogo, fumar, alcoolismo, local de trabalho inseguro[3] |
Tratamento | Depende da gravidade[1] |
Medicação | Analgésicos, terapia intravenosa, vacina contra o tétano[1] |
Frequência | 67 milhões (2015)[4] |
Mortes | 176 000 (2015)[5] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | T20.t-T31.t |
CID-9 | 940-949 |
CID-11 | 163532889 |
DiseasesDB | 1791 |
MedlinePlus | 000030 |
eMedicine | 1278244 |
MeSH | D002056 |
Leia o aviso médico |
Queimadura é uma lesão na pele ou noutros tecidos causada por calor, eletricidade, substâncias químicas, atrito ou radiação.[2] A maior parte das queimaduras são causadas pelo contacto com o fogo ou com líquidos e objetos muito quentes.[6] Entre os principais fatores de risco estão a falta de segurança ao cozinhar com fogo, a falta de segurança em locais de trabalho perigosos, o alcoolismo e fumar.[3] As queimaduras podem ainda ocorrer como resultado de episódios de automutilação ou violência entre pessoas.[3]
As queimaduras que afetam apenas a camada superficial da pele são denominadas superficiais ou de primeiro grau.[1][7] As queimaduras de primeiro grau causam apenas vermelhidão sem bolhas e dor durante cerca de três dias.[1][7] Quando as lesões afetam também algumas das camadas inferiores da pele são denominadas queimaduras de segundo grau ou de profundidade parcial.[1] Nas queimaduras de segundo grau as bolhas estão quase sempre presentes e são bastante dolorosas.[1] A cicatrização pode levar até oito semanas, deixando marcas permanentes.[1] Quando todas as camadas de pele são afetadas denominam-se queimaduras de terceiro grau.[1] As queimaduras de terceiro grau são indolores e a área queimada apresenta-se rígida.[1] Na maior parte dos casos é necessária intervenção médica para que os tecidos cicatrizem.[1] Quando existem lesões em tecidos mais profundos, como os músculos, tendões ou os ossos, denominam-se queimaduras de quarto grau.[1] As queimaduras de quarto grau são geralmente de cor preta e resultam na perda da parte queimada.[1][8]
A maior parte das queimaduras pode ser prevenida.[3] O tratamento necessário depende da gravidade da queimadura.[1] As queimaduras superficiais podem ser tratadas apenas com analgésicos, enquanto que as de maior gravidade requerem internamento prolongado em unidades hospitalares especializadas.[1] Arrefecer a lesão com água fresca corrente pode aliviar a dor e diminuir a extensão dos danos; no entanto, a exposição prolongada ao frio pode provocar hipotermia.[1][7] As queimaduras de segundo grau podem ser limpas com água e sabão, aplicando depois um curativo.[1] Não é ainda evidente qual a melhor forma de tratamento das bolhas, embora seja razoável manter as bolhas pequenas intactas e drenar as maiores.[1] As queimaduras de terceiro grau geralmente necessitam de tratamentos cirúrgicos, como enxertos de pele.[1] As queimaduras extensas geralmente requerem hidratação intravenosa, uma vez que a resposta inflamatória posterior causa edema e perda de líquidos capilares.[7] As complicações mais comuns das queimaduras estão relacionadas com infeções.[9] Nos casos em que pessoa queimada não tem as vacinas em dia, é necessário administrar uma vacina contra o tétano.[1]
Em 2015, o fogo e o calor foram a causa de 67 milhões de ferimentos em todo o mundo,[4] que resultaram em 2,9 milhões de admissões hospitalares e 176 000 mortes.[10][5] A maior parte das mortes por queimaduras ocorre nos países em vias de desenvolvimento, sobretudo no sudeste asiático.[3] Embora as queimaduras de grande extensão possam ser fatais, os tratamentos modernos desenvolvidos a partir da década de 1960 melhoraram substancialmente o prognóstico, sobretudo em crianças e jovens adultos.[11] O prognóstico a longo prazo depende essencialmente da extensão da queimadura e da idade da pessoa afetada.[1]