Perturbação de identidade dissociativa | |
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Sinónimos | Transtorno dissociativo de identidade, transtorno de identidade dissociativa, perturbação de personalidade múltipla (em desuso) |
Especialidade | Psiquiatria |
Sintomas | Pelo menos dois estados de personalidade que se alternam, dificuldade em recordar determinados eventos[1] |
Complicações | Suicídio, autolesão[1] |
Duração | Crónica[2] |
Causas | Trauma na infância, induzida por terapia[2][3] |
Método de diagnóstico | Baseado em critérios clínicos[2] |
Condições semelhantes | Perturbação depressiva maior, perturbação bipolar, perturbação de stress pós-traumático, psicose, perturbações de personalidade, perturbação de conversão[1] |
Tratamento | Cuidados de apoio, psicoterapia[2] |
Frequência | ~2% da população[4] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | F44.81 |
CID-9 | 300.14 |
CID-11 | 1829103493 |
eMedicine | 916186 |
MeSH | D009105 |
Leia o aviso médico |
A perturbação de identidade dissociativa (PID), anteriormente denominada perturbação de personalidade múltipla[5] é uma perturbação mental caracterizada por pelo menos dois estados de personalidade distintos.[1] Na maioria dos casos verifica-se amnésia dissociativa: incapacidade de recordar eventos diários, informações pessoais importantes ou eventos traumáticos de uma forma que não pode ser explicada pelo esquecimento normal.[1] Os diferentes estados de personalidade revelam-se de forma alternada no comportamento da pessoa,[1] embora a sua apresentação possa variar.[3] Em muitos casos, a condição está associada a outras perturbações, como a perturbação de personalidade limítrofe, perturbação de stress pós-traumático, depressão, perturbação por abuso de substâncias, autolesão ou ansiedade.[1][3]
Acredita-se que a causa seja um trauma psicológico durante a infância.[2] Em cerca de 90% dos casos verificam-se antecedentes de abuso infantil, estando os restantes casos associados à experiência da guerra ou problemas de saúde durante a infância.[1] Acredita-se que a predisposição genética tenha também um papel.[3] Uma hipótese alternativa sustenta que possa ser um efeito adverso de técnicas usadas por alguns psiquiatras, sobretudo as que envolvem hipnose.[3][6] Para o diagnóstico de PID é necessário que a condição não possa ser melhor explicada por abuso de substâncias, por crises epilépticas, pela normal imaginação em crianças ou por práticas religiosas.[1]
O tratamento geralmente consiste em cuidados de apoio e aconselhamento psiquiátrico.[2] Sem tratamento, a condição geralmente persiste.[2][7] Estima-se que afete cerca de 2% da população em geral e cerca de 3% das pessoas hospitalizadas com problemas mentais na Europa e América do Norte.[4] O diagnóstico de PID é cerca de seis vezes mais frequente em mulheres do que em homens.[3] O número de casos aumentou significativamente durante a segunda metade do século XX, assim como a média do número de identidades das pessoas afetadas.[3]
A PID é controversa, tanto em psiquiatria como no meio jurídico.[3][6]Por vezes é usada como defesa em julgamentos para alegar insanidade mental.[8][9] Não é ainda claro se o aumento do número de diagnósticos tem origem em melhores critérios de avaliação ou na forma como a condição é retratada nos media.[3] Grande parte do número de diagnósticos está concentrada num pequeno número de psiquiatras, o que apoia a hipótese da PID poder ser induzida por algumas práticas de psicoterapia.[3] Os sintomas mais comuns em diferentes regiões do mundo podem também variar, dependendo da forma como a perturbação é retratada nos media.[3]
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