O xadrez no Brasil é um jogo que goza de muitos adeptos, mas sempre com períodos de hiatos e eferverscências entre as gerações. É no império, durante o século XIX, que o jogo começa a se estruturar oficialmente, particularmente na corte do Rio de Janeiro. O primeiro torneio de xadrez efetuado no Brasil, em 1880, contou com a participação de Machado de Assis (que foi o primeiro brasileiro a ter um problema de xadrez publicado),[1] Arthur Napoleão (grande divulgador e pioneiro do jogo no Brasil), João Caldas Viana Filho, visconde de Pirapitinga (o primeiro grande enxadrista brasileiro e provavelmente o maior jogador surgido no Brasil até 1930),[2] Charles Pradez (suíço que residiu alguns anos no Rio de Janeiro),[3] Joaquim Navarro e Vitoriano Palhares.[4][5]
No Brasil, os campeonatos nacionais ocorrem desde 1927, sendo que o primeiro campeão foi Souza Mendes em campeonato disputado no Rio de Janeiro. O primeiro campeonato brasileiro feminino ocorreu em 1957 na cidade de São Paulo e a primeira campeã foi Dora Rúbio.[6]
Na literatura enxadrística, o Xadrez Básico, escrito pelo médico e mestre nacional Orfeu D’Agostini, influenciou gerações de enxadristas brasileiros, assim como o Manual de Xadrez, de Idel Becker e publicado em 1948. O Xadrez Básico tornou-se um best-seller no Brasil, tendo sido publicado pela primeira vez no ano de 1954.[7] Na atualidade, um dos autores mais importantes é o MI Rubens Filguth que escreveu uma biografia de um dos mais importantes enxadristas brasileiros, intitulada Mequinho, o perfil de um gênio e a obra de referência Xadrez de A a Z, dentre outras obras.
Henrique Mecking, mais conhecido como Mequinho, é considerado o mais importante enxadrista brasileiro,[8] tendo alcançado o seu auge no ano de 1977, quando foi considerado o terceiro melhor jogador do mundo, superado apenas por Anatoly Karpov e Viktor Korchnoi. Todavia, uma doença grave, a miastenia, que compromete seriamente o sistema nervoso e os músculos, fez Mequinho abandonar as competições em 1978. No estágio mais grave da doença passou a frequentar os cultos da Renovação Carismática Católica. Ao se recuperar, passou a dedicar-se integralmente à religião, mas sempre alimentou a esperança de voltar a jogar xadrez. Finalmente voltou a jogar em 1991, num match de seis partidas contra o grande mestre Pedrag Nikolić. Em 2001, venceu Judit Polgar, a maior enxadrista do mundo. Mequinho vem participando de diversos torneios pela Internet e é atualmente um Grande Mestre Internacional, com uma pontuação de 2.565 no rating FIDE, ocupando a quarta posição no ranking brasileiro no início de 2008.[9] No ano de 2009, a CBX organizou o I Campeonato Brasileiro pela Internet, disputado nos servidores do Internet Chess Club, cujo campeão foi o GM Henrique Mecking após final contra o GM Rafael Leitão, sendo o título decidido em um tie-brake.
Em 2011, o campeão brasileiro pela Confederação Brasileira de Xadrez (CBX) é o GM Rafael Leitão, título conquistado no 78º Campeonato Brasileiro Absoluto de Xadrez realizado em Campinas.[10] A campeã brasileira é Artêmis Cruz (ainda sem título FIDE), título conquistado no 51º Campeonato Brasileiro Feminino, realizado no Balneário Camboriú.[11]