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Xaria

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Xaria (em árabe: شَرِيعَة; romaniz.: sharīʿah, "caminho para a fonte"), também grafado xariá,[1] xária,[2] sharia,[3] shariah, shari'a ou syariah, é o sistema de lei islâmica, baseado no Alcorão, nos hádices (relatos da vida do profeta Maomé) e na Suna (os ensinamentos e práticas do profeta). Em muitas sociedades islâmicas, não há separação entre religião e direito, sendo as legislações fundamentadas nos princípios islâmicos interpretados por estudiosos religiosos (ulemas).

A jurisprudência islâmica, denominada fiqh, estrutura-se em dois aspectos principais: o estudo das fontes e metodologias (usul al-fiqh, "raízes da lei") e a aplicação prática das normas (furu' al-fiqh, "ramos da lei").[4][5][6] As principais fontes da Xaria são o alcorão considerado a palavra divina e a fonte suprema, suna que complementa o Alcorão por meio das práticas do profeta Maomé e os hádices, que consistem em narrações sobre os ditos e ações do profeta. Além das fontes principais, instrumentos como o ijma (consenso da comunidade) para temas não explicitamente tratados nos textos sagrados, o qiyas (raciocínio por analogia) utilizado para interpretar situações novas com base nos princípios existentes e o al-urf (costumes locais), que influenciam algumas práticas específicas da Xaria. A Xaria regula tanto os aspectos públicos quanto os privados da vida de muçulmanos, abrangendo temas como política, economia, contratos, família, relações sociais, higiene e sexualidade. Sua aplicação varia amplamente entre os países de maioria muçulmana, refletindo diferenças culturais, sociais e políticas. Antes do século XIX, a teoria jurídica islâmica era dominada por Hanafi, Maliki, Shafi'i, Hanbali no Islã sunita e Jafari no Islã xiita.[7]

A aplicação contemporânea da Xaria é tema de debates. Alguns países adotam interpretações estritas, enquanto outros buscam conciliá-la com legislações seculares e princípios de direitos humanos. Práticas como amputações e restrições aos direitos das mulheres, defendidas por certas interpretações, têm sido criticadas por organizações de direitos humanos.[8][9][10][11][12] Em contrapartida, defensores argumentam que a flexibilidade interpretativa da Xaria permite adaptações às realidades contemporâneas e preserva a identidade cultural dos muçulmanos.[13]

Durante a Era de Ouro Islâmica, a Xaria influenciou sistemas jurídicos ocidentais, incluindo o common law e o direito romano-germânico[14][15][16] Sua abordagem metódica e institucional contribuiu para o desenvolvimento de várias práticas jurídicas modernas. A diversidade de interpretações é evidente entre os países muçulmanos, a Arábia Saudita e Irã aplicam versões estritas da Xaria enquanto a Indonésia e Turquia apresentam abordagens mais moderadas ou seculares. Essa variação reflete as diferenças culturais e políticas em cada sociedade.[17]

Mercado de escravos do século XIII, Iêmen. Escravos são considerados propriedade na Xaria; podem ser comprados, vendidos, alugados, doados, compartilhados e herdados.
  1. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome aur
  2. Infopédia. «Definição ou significado de xária no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 4 de janeiro de 2019 
  3. S.A, Priberam Informática. «Consulte o significado / definição de sharia no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, o dicionário online de português contemporâneo.». dicionario.priberam.org. Consultado em 4 de janeiro de 2019 
  4. Dahlén 2003, chpt. 4c.
  5. Hallaq, Wael B. (2009). An Introduction to Islamic Law (PDF). Montréal: McGill University 
  6. 'Abd al-Hadi al-Hanbali, Yusuf b. (1503). An Epitome of Hanbali Substantive Law (PDF). [S.l.]: Dar-alarquam 
  7. Hallaq 1997, Brown 1996, Aslan 2006
  8. «Afeganistão: o que é a Sharia, lei islâmica que o Talebã quer aplicar no país?». BBC News Brasil. Consultado em 11 de dezembro de 2024 
  9. «Rape in Islamic law: Establishing the crime and upholding the rights of the innocent». Al Hakam. 23 January 2022. Consultado em 2 January 2023  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  10. «ONU condena proibição do Talibã a atuação de mulheres em ONGs no Afeganistão | ONU News». news.un.org. 25 de dezembro de 2022. Consultado em 11 de dezembro de 2024 
  11. Peters, R. (2012). «Zinā or Zināʾ». In: P. Bearman; Th. Bianquis; C.E. Bosworth; E. van Donzel; W.P. Heinrichs. Encyclopaedia of Islam 2nd ed. [S.l.]: Brill 
  12. EFE (3 de abril de 2019). «Brunei começa a punir com apedrejamento o adultério e a homossexualidade». El País Brasil. Consultado em 11 de dezembro de 2024 
  13. «Entendendo A Lei Islâmica No Contexto Moderno». 17 de novembro de 2024. Consultado em 11 de dezembro de 2024 
  14. (Badr 1978)
  15. (Makdisi 1999)
  16. (Badr 1978, pp. 196-8)
  17. «Conheça 9 crimes que resultam em pena de morte no Irã e na Arábia Saudita». noticias.uol.com.br. Consultado em 11 de dezembro de 2024 

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