A arqueologia brasileira é uma perspectiva de trabalho dentro da Arqueologia que visa trabalhar com as problemáticas e as condições específicas da arqueologia no Brasil.[1] A arqueologia brasileira se propõe a combater o eurocentrismo nas produções científicas desse campo no país, buscando resgatar e preservar o patrimônio arqueológico brasileiro.[2] Essa perspectiva também começou a atuar academicamente no país por meio da ampliação dos trabalhos de arqueologia, que costumavam concentrar-se muito nas regiões Sul e Sudeste, e que passou a trabalhar em todo o país através de centros de formação e atuação nas universidades brasileiras.[2] A arqueologia pode traçar sua trajetória intelectual desde os séculos XV e XVI, no contexto do antiquarianismo e do Classicismo, passando pelo Iluminismo do século XVIII e surgindo enquanto disciplina científica no início do século XIX.[3]
Entende-se os esforços da arqueologia inicial do século XIX enquanto método para construção de uma história de origem e evolução humana, partindo de períodos muito recuados de tempo da história da humanidade, estudado através dos vestígios materiais.[3] Já no século XX, a arqueologia se consolidou no campo científico e seu desenvolvimento propiciou a elaboração de teorias que iriam expandir suas abordagens e capacidades, se valendo da multidisciplinaridade para compor seus métodos de trabalho e estudo.[3] No Brasil esse desenvolvimento se deu desde o século XIX, desde a passagem do Império para a República, quando se pensava numa construção de ideais nacionais, além dos discursos construídos para descobrir a respeito da origem e da organização social dos grupos indígenas.[4] Atualmente, a arqueologia brasileira está se voltando cada vez mais para as sociedades indígenas.[5]