Aves

 Nota: Para outros significados, veja Ave (desambiguação) ou Aves (desambiguação).

Aves
Intervalo temporal:
Cretáceo Superiorpresente, 72–0 Ma[1][2]
Possível origem do Cretácico Inferior ou do começo do Cretácico Superior com base no relógio molecular[3][4][5]
Turaco-de-crista-vermelhaPipargo-giganteColumba liviaCasuar-do-sulPinguim-gentooMinla strigulaBico-de-sapatoGrou-coroado-cinzentoCalypte annaTrichoglossusGarça-real-europeiaBufo-realRabo-de-palha-de-bico-laranjaPavão-azulFradinhoFlamingo-americanoPatola-de-pés-azuisTucano-de-peito-amarelo
Diversidade das aves
Classificação científica e
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Superclasse: Tetrapoda
Clado: Reptiliomorpha
Clado: Amniota
Clado: Sauropsida
Clado: Avemetatarsalia
Clado: Ornithurae
Classe: Aves
Linnaeus, 1758[6]
Clados existentes
Sinónimos

Aves são uma classe de seres vivos vertebrados endotérmicos caracterizada pela presença de penas, um bico sem dentes, oviparidade de casca rígida, elevado metabolismo, um coração com quatro câmaras e um esqueleto pneumático resistente e leve. As aves estão presentes em todas as regiões do mundo e variam significativamente de tamanho, desde os 5 cm do colibri até aos 2,75 m da avestruz. São a classe de tetrápodes com o maior número de espécies vivas, aproximadamente dez mil, das quais mais de metade são passeriformes. As aves apresentam asas, que são mais ou menos desenvolvidas dependendo da espécie. Os únicos grupos conhecidos sem asas são as moas e as aves-elefante, ambos extintos. As asas, que evoluíram a partir dos membros anteriores, oferecem às aves a capacidade de voar, embora a especiação tenha produzido aves não voadoras, como as avestruzes, pinguins e diversas aves endémicas insulares. Os sistemas digestivo e respiratório das aves estão adaptados ao voo. Algumas espécies de aves que habitam em ecossistemas aquáticos, como os pinguins e a família dos patos, desenvolveram a capacidade de nadar.

Algumas aves, especialmente os corvos e os papagaios, estão entre os animais mais inteligentes do planeta. Algumas espécies constroem e usam ferramentas e passam o conhecimento entre gerações. Muitas espécies realizam migrações ao longo de grandes distâncias. A maioria das aves são animais sociais que comunicam entre si com sinais visuais, chamamentos e cantos, e realizam atividades comunitárias como procriação e caça cooperativa, voo em bando e grupos de defesa contra predadores. A grande maioria das espécies de aves são monogâmicas, geralmente durante uma época de acasalamento e por vezes durante vários anos, mas raramente durante toda a vida. Outras espécies são polígamas ou, mais raramente, poliândricas. As aves reproduzem-se através de ovos, que são fertilizados por reprodução sexual e geralmente colocados num ninho onde são incubados pelos progenitores. A maior parte das aves apresenta um período prolongado de cuidados parentais após a incubação. Algumas aves, como as galinhas, põem ovos mesmo que não sejam fertilizados, embora esses ovos não produzam descendência.

As aves, e em particular os fringilídeos de Darwin, tiveram um papel importante no desenvolvimento da teoria da evolução por seleção natural de Darwin. O registo fóssil indica que as aves são os últimos sobreviventes dos dinossauros, tendo evoluído a partir de dinossauros emplumados dentro do grupo terópode dos saurísquios. As primeiras aves apareceram durante o período cretácico, há cerca de 100 milhões de anos,[7] e estima-se que o último ancestral comum tenha vivido há 95 milhões de anos.[8] As evidências de ADN indicam que as aves se desenvolveram extensivamente durante a extinção do Cretáceo-Paleogeno que matou os dinossauros não avianos. As aves na América do Sul sobreviveram a este evento, tendo depois migrado para as várias partes do mundo através de várias passagens terrestres, ao mesmo tempo que se diversificavam em espécies durante os períodos de arrefecimento global.[9] Algumas aves primitivas dentro do grupo Avialae datam do período Jurássico.[10] Muitos destes ancestrais das aves, como o Archaeopteryx, não tinham plena capacidade de voo e muitos apresentavam ainda características primitivas como mandíbula em vez de bico e cauda vertebrada.[10][11]

Muitas espécies de aves têm importância económica. As aves domesticadas (de capoeira) e não domesticadas (de caça) são fontes importantes de ovos, carne e penas. As aves canoras e os papagaios são animais de estimação populares. O guano é usado como fertilizante. As aves são um elemento de destaque na cultura. No entanto, desde o século XVII que cerca de 120 a 130 espécies foram extintas devido à ação humana e várias centenas foram extintas nos séculos anteriores. Atualmente existem 1 375 espécies de aves ameaçadas de extinção, embora haja esforços no sentido de as conservar. A observação de aves é uma atividade importante no setor do ecoturismo.

  1. Field, Daniel J.; Benito, Juan; Chen, Albert; Jagt, John W. M.; Ksepka, Daniel T. (março de 2020). «Late Cretaceous neornithine from Europe illuminates the origins of crown birds». Nature. 579 (7799): 397–401. Bibcode:2020Natur.579..397F. ISSN 0028-0836. PMID 32188952. doi:10.1038/s41586-020-2096-0 
  2. De Pietri, Vanesa L.; Scofield, R. Paul; Zelenkov, Nikita; Boles, Walter E.; Worthy, Trevor H. (fevereiro de 2016). «The unexpected survival of an ancient lineage of anseriform birds into the Neogene of Australia: the youngest record of Presbyornithidae». Royal Society Open Science. 3 (2). 150635 páginas. Bibcode:2016RSOS....350635D. ISSN 2054-5703. PMC 4785986Acessível livremente. PMID 26998335. doi:10.1098/rsos.150635Acessível livremente 
  3. Yonezawa, T.; et al. (2017). «Phylogenomics and Morphology of Extinct Paleognaths Reveal the Origin and Evolution of the Ratites». Current Biology. 27 (1): 68–77. Bibcode:2017CBio...27...68Y. PMID 27989673. doi:10.1016/j.cub.2016.10.029Acessível livremente 
  4. Kuhl, H.; Frankl-Vilches, C.; Bakker, A.; Mayr, G.; Nikolaus, G.; Boerno, S. T.; Klages, S.; Timmermann, B.; Gahr, M. (2020). «An unbiased molecular approach using 3'UTRs resolves the avian family-level tree of life». Molecular Biology and Evolution. 38 (1): 108–127. PMC 7783168Acessível livremente. PMID 32781465. doi:10.1093/molbev/msaa191. hdl:21.11116/0000-0007-B72A-CAcessível livremente 
  5. Crouch, N. M. A. (2022). «Interpreting the fossil record and the origination of birds». bioRxiv. doi:10.1101/2022.05.19.492716 
  6. Brands, Sheila (14 de agosto de 2008). «Systema Naturae 2000 / Classification, Class Aves». Project: The Taxonomicon. Consultado em 11 de junho de 2012 
  7. Brown, J.W.; Van Tuinen, M. (2011). «Evolving Perceptions on the Antiquity of the Modern Avian Tree, in Living Dinosaurs». John Wiley & Sons LtD. The Evolutionary History of Modern Birds: 306–324. doi:10.1002/9781119990475.ch12 
  8. «Asteroid impact helped create the birds we know today». Science. Consultado em 12 de fevereiro de 2016 
  9. «Influence of Earth's history on the dawn of modern birds». American Museum of Natural History. 11 de dezembro de 2015. Consultado em 11 de dezembro de 2015 
  10. a b Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome divergence
  11. Alonso, P. D.; Milner, A. C.; Ketcham, R. A.; Cookson, M. J.; Rowe, T. B. (2004). «The avian nature of the brain and inner ear of Archaeopteryx» (PDF). Nature. 430 (7000): 666–669. ISSN 0028-0836. PMID 15295597. doi:10.1038/nature02706 

Aves

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