O cinismo (em grego clássico: κυνισμός kynismós, em latim cinicus) foi uma corrente filosófica fundada por Antístenes, discípulo de Sócrates e como tal praticada pelos cínicos (em grego clássico: Κυνικοί, latim: Cynici). Para os cínicos, o propósito da vida era viver na virtude, de acordo com a natureza.[2] Como criaturas racionais, as pessoas podem obter felicidade por meio de um treinamento rigoroso e vivendo de uma maneira que seja natural para elas mesmas, rejeitando todos os desejos convencionais de riqueza, poder e fama - em vez disso, eles deveriam levar uma vida simples, livre da necessidade de posses - e até mesmo desrespeitando as convenções sociais aberta e ironicamente.
O primeiro filósofo a definir o cinismo foi Antístenes, ex-aluno de Sócrates no final do século V a.C. Ele foi seguido por Diógenes de Sinope, que vivia dentro de um jarrão de cerâmica em Atenas,[3] e que levou o cinismo aos seus extremos lógicos e passou a ser visto como o arquétipo do filósofo cínico, sua autarkeia (autossuficiência) e a apatheia perante as vicissitudes da vida eram os ideais do cinismo.[4] Ele foi seguido por Crates de Tebas, que doou uma grande fortuna para que pudesse viver de acordo com o cinismo em Atenas.
O cinismo se espalhou durante a ascensão do Império Romano no século I quase se tornando um movimento de massa,[4] e assim, os cínicos eram encontrados mendigando e pregando ao longo das cidades do império. A doutrina finalmente desapareceu no final do século V, embora alguns afirmem que o cristianismo primitivo adotou muitas de suas ideias ascéticas e retóricas.[nota 1]
Por volta do século XIX, a ênfase sobre os aspectos negativos da filosofia cínica levou ao entendimento moderno de cinismo a significar uma disposição de descrença na sinceridade ou bondade das motivações e ações humanas[6] e como caraterização de pessoas que desprezam as convenções sociais. Para encorajar as pessoas a renunciarem aos desejos criados pela civilização e convenções, os cínicos empreenderam uma cruzada de escárnio antissocial e assim mostrar as frivolidades da vida social.[7]
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