Dom Casmurro

 Nota: Para a revista literária, veja Dom Casmurro (revista literária).
Dom Casmurro

Folha de rosto da primeira edição de Dom Casmurro, 1900.
Autor(es) Machado de Assis
Idioma português
País  Brasil
Gênero Realismo psicológico, romance impressionista.
Editora Livraria Garnier (primeira edição).
Lançamento 1899
Texto disponível via Wikisource
Transcrição Dom Casmurro
Este artigo é parte da série
Trilogia Realista de Machado de Assis
Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881)
Quincas Borba (1891)
Dom Casmurro (1899)
Ver também: Realismo no Brasil

Dom Casmurro é um romance escrito por Machado de Assis, publicado em 1899 pela Livraria Garnier. Escrito para publicação em livro, o que ocorreu em 1900 – embora com data do ano anterior, ao contrário de Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) e Quincas Borba (1891), escritos antes em folhetins –, é considerado pela crítica o terceiro romance da "Trilogia Realista" de Machado de Assis, ao lado desses outros dois, embora o próprio autor não tenha formulado esta categoria.[1]

Seu protagonista é Bento Santiago, o narrador da história que, contada em primeira pessoa, pretende "atar as duas pontas da vida",[2] ou seja, unir relatos desde sua mocidade até os dias em que está escrevendo o livro. Entre esses dois momentos, Bento escreve sobre suas reminiscências da juventude, sua vida no seminário, seu caso com Capitu e o ciúme que advém desse relacionamento, que se torna o enredo central da trama.[3] Ambientado no Rio de Janeiro do Segundo Império, se inicia com um episódio que seria recente, no qual o narrador recebe a alcunha de "Dom Casmurro", daí o título do romance. Machado de Assis o escreveu utilizando ferramentas literárias como a ironia e a intertextualidade, fazendo referências a Schopenhauer e, sobretudo, à peça Otelo, o Mouro de Veneza de Shakespeare.

Ao longo dos anos, Dom Casmurro, com seus temas do ciúme, a ambiguidade de Capitu, o retrato moral da época e o caráter do narrador, recebeu inúmeros estudos, adaptações para outras mídias e interpretações no mundo inteiro: desde psicológicas e psicanalíticas na crítica literária dos anos 30 e dos anos 40, passando pela crítica literária feminista na década de 1970, até sociológicas da década de 1980, e adiante. Creditado como um precursor do Modernismo[3] e de ideias posteriormente escritas pelo criador da psicanálise Sigmund Freud,[4] o livro influenciou os escritores John Barth, Graciliano Ramos e Dalton Trevisan e é considerado por alguns, disputando com Memórias Póstumas de Brás Cubas, como a obra-prima de Machado.[5] Dom Casmurro foi traduzido para diversas línguas, continua a ser um de seus livros mais famosos e é considerado uma das obras mais fundamentais de toda a literatura brasileira.[6]

  1. Andrade, 2001, p.3.
  2. Dom Casmurro, Cap. II
  3. a b Guilhermino, Almir. Dom Casmurro: a encenação de um julgamento: na adaptação cinematográfica de Moacyr Góes e de Paulo César Saraceni. [S.l.]: UFAL. p. 21;22;25-28. ISBN 8571774277 
  4. Andrade, 2001, p.144.
  5. Petronio e Alvarenga, 2008, p.6.
  6. Saraiva, 2005, p.7

Dom Casmurro

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