Endotermia

Imagem em infravermelho de cachorros, mostrando suas temperaturas corporais maiores que a o do meio.

A endotermia pode ser definida como a manutenção de temperaturas corpóreas altas e constantes, geradas pelo próprio metabolismo. Os animais endotérmicos, em comparação aos ectotérmicos (animais cuja manutenção da temperatura corpórea é dependente de fontes de calor do ambiente), possuem a temperatura do corpo geralmente maior que a do ambiente e normalmente são organismos mais ativos. A capacidade de gerar calor endógeno é encontrada em diversos animais, até mesmo em ectotermos em intensa atividade muscular, mas apenas em mamíferos e aves a endotermia é observada em condições de repouso.[1] A endotermia surgiu independentemente em aves e mamíferos, de maneira convergente, mas como poucos caracteres associados à endotermia são preservados em fósseis, a compreensão de como se deu a origem da endotermia nesses dois grupos há muito leva a discussões a respeito.[2]

Pode-se associar aos endotermos, por exemplo, a capacidade de ocupar nichos noturnos ou em ambientes frios que geralmente não são disponíveis a ectotermos.[2][3] Pode-se também constatar que endotermos conseguem sustentar o metabolismo aeróbico em atividades físicas por maiores durações e também de alcançar velocidades maiores, em comparação à maioria dos ectotermos, além de conseguirem por conta da temperatura constante maior estabilidade em processos fisiológicos dependentes da temperatura, como a ação enzimática.[1] Nos endotermos pode-se também observar além da termorregulação, fatores como o cuidado parental [4], assim como o desenvolvimento de penas e pelos, presença de gordura subcutânea, maior ventilação e desenvolvimento de estruturas como o palato secundário e os turbinados nasais nos mamíferos.[2]

  1. a b Bennett, A.; Ruben, J. (9 de novembro de 1979). «Endothermy and activity in vertebrates». Science. 206 (4419): 649–654. ISSN 0036-8075. doi:10.1126/science.493968 
  2. a b c Hillenius, Willem J.; Ruben, John A. (novembro de 2004). «The Evolution of Endothermy in Terrestrial Vertebrates: Who? When? Why?». Physiological and Biochemical Zoology. 77 (6): 1019–1042. ISSN 1522-2152. doi:10.1086/425185 
  3. Crompton, A. W.; Taylor, C. Richard; Jagger, James A. (março de 1978). «Evolution of homeothermy in mammals». Nature. 272 (5651): 333–336. ISSN 0028-0836. doi:10.1038/272333a0 
  4. Angilletta, Jr., Michael J.; Sears, Michael W. (dezembro de 2003). «Is Parental Care the Key to Understanding Endothermy in Birds and Mammals?». The American Naturalist. 162 (6): 821–825. ISSN 0003-0147. doi:10.1086/380921 

Endotermia

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