Fetichismo designa literalmente a adoração de fetiches. O termo vem etimologicamente de feitiço ("artificial" e "sortilégio", por extensão), nome dado pelos portugueses aos objetos de culto das populações da África durante a colonização de parte do continente, termo ele próprio derivado do latim facticius ("destino").[1] A partir do século XVIII, essa noção é retomada na antropologia e depois na filosofia sobre a questão da crença e do objeto da religião.[1] O termo é empregado pela primeira vez por Charles de Brosses em 1760: "o culto de certos objetos terrestres e materiais denominados fetiches... e que por esta razão chamarei de fetichismo".[2]
Para antropólogos e sociólogos, o fetiche é uma transferência de afetividade para um objeto único ou composto, simbólico, atribuindo-lhe uma eficiência superior à sua própria sobre a realidade.