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A genealogia de Jesus está relatada em dois dos quatro Evangelhos, Mateus e Lucas.[1][2] Estes relatos são substancialmente diferentes.[3] Várias explicações têm sido sugeridas e tornou-se tradicional desde, pelo menos, 1490 pressupor que a genealogia dada por Lucas é traçada através de Maria e que a Mateus o fez através de José.[4]
Os acadêmicos modernos geralmente veem as genealogias como construções teológicas.[5] Mais especificamente, sugere-se que as genealogias foram narradas com o objetivo de mostrar e destacar o nascimento de uma criança com linhagem real.[6][7][8]
Mateus menciona sinteticamente um total de 46 antepassados que teriam vivido até uns dois mil anos antes de Jesus, começando por Abraão. Em seu relato, o apóstolo cita não somente heróis da fé, mas também menciona os nomes das mulheres estrangeiras que fizeram parte da genealogia tanto de Jesus quanto de Davi, que no caso foram Rute, Raabe e Tamar. Também não omite os nomes de homens perversos como Manassés e Abias, ou de pessoas que não alcançaram destaque nas Escrituras.[9][10] Divide então a genealogia de Jesus em três grupos de catorze gerações: de Abraão até Davi, de Davi até o cativeiro babilônico, ocorrido em 586 a.C., e do exílio judaico até Jesus.
Lucas, por sua vez, aborda a genealogia de Jesus retrocedendo continuamente até Adão, talvez com o objetivo de mostrar um lado mais humano de Jesus. E, superando Mateus, Lucas fornece um número maior de antepassados de Jesus.[11] Esta genealogia é considerada por alguns acadêmicos como sendo a genealogia de Maria, sendo assim a genealogia materna de Jesus, o que explicaria parte das diferenças entre esta e a genealogia apresentada por Mateus.[12]