Gaom em hebraico: גאון; plural Gueonim ou gaomim (em hebraico: גאונים), brilho, esplendor, excelência é o nome dado aos presidentes das duas grandes escolas rabínicas: de Sura e de Pumbedita[1], na Babilônia, do início da Idade Média, nos séculos VII-X d.C., sendo aceitos como autoridades por toda as comunidades da Diáspora. Esse título 'gaom' é provavelmente uma abreviação de יעקב גאון (Salmos 52) dado aos rosh yexivá (em Aramaico: resh metibta), essa última a designação oficial aos chefes da Academia.[n. 1]
Xerira, que é a fonte para a sequência exata dos gaons, aparentemente considera gaom um título antigo do cabeça da academia, pois ele diz que a amora Axi era gaom na Mata MeHasya (Sura).[2] Mas o próprio Xerira começa a usar o título de forma consistente apenas no final do século VI, no final do governo persa, quando as escolas de Sura e Pumbedita retomaram sua atividade paralela após um período de interrupção. Justifica-se, portanto, atribuir a essa data o início do período dos gaons—tanto mais que o período dos Saboraim não pode ser estendido até o ano de 689, como Abraão ibne Daúde assume em sua obra histórica, Sefer ha-Ḳabbalah.
De acordo com uma declaração antiga e bem autenticada, Ena e Simuna, que floresceram no primeiro terço do século VI, foram os últimos saboraítas. O intervalo entre esta data e o da reabertura das escolas acima mencionadas pode ser incluído no período dos Saboraim, e pode-se dizer que o período dos gaons começa com o ano 589, quando Mar Rabe Hanã de Isquia se tornou gaom de Pumbedita. O primeiro gaom de Sura, de acordo com Xerira, foi Mar Rabe Mar, que assumiu o cargo em 609. O último gaom de Sura foi Samuel ben Hofni, que morreu em 1034; o último gaom de Pumbedita foi Ai, que morreu em 1038; daí a atividade dos gaons cobre um período de quase 450 anos.
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