Incesto

 Nota: Se procura o filme de 1976, veja Incesto (filme).

Incesto é a atividade sexual entre membros de uma família ou entre parentes[1][2] que possuem uma relação de consanguinidade (relações de sangue). Em termos gerais, é utilizado para classificar relações entre ancestrais diretos (pais, avós, bisavós) e seus descendentes (filhos, netos, bisnetos) e entre irmãos, uma vez que nem todo casamento consanguíneo é considerado incesto.[3]

O tabu do incesto é e tem sido um dos mais difundidos de todos os tabus culturais, tanto no presente e em muitas sociedades antigas.[4] A maioria das sociedades modernas têm leis sobre incesto ou restrições sociais em casamentos estreitamente consanguíneos.[4] Em sociedades onde é ilegal, o incesto adulto consensual é visto por alguns como um crime sem vítimas.[5][6] Algumas culturas estendem o tabu do incesto a parentes sem consanguinidade, como irmãos de leite[notas 1] e irmãos adotivos.[7][8] Parentes de terceiro grau (como meia-tia, meio-sobrinho), em média, compartilham 12,5% de genes, e as relações sexuais entre eles são vistas de forma diferente em várias culturas, desde ser desencorajado a socialmente aceitável.[9]

Uma justificativa comum para a proibição do incesto é evitar o endocruzamento: uma coleção de transtornos genéticos sofridos pelos filhos de pais com algum coeficiente de parentesco.[10] Tais crianças estão em maior risco de transtornos congênitos, morte e deficiência física e de desenvolvimento. O risco é proporcional ao coeficiente de parentesco dos pais - uma medida de quão geneticamente perto os pais são relacionados.[10][11]

Em algumas sociedades, como as do antigo Egito e outras, as combinações de relacionamentos como irmãos-irmãs, pai-filha, mãe-filho, entre primos, sobrinhos-tias, sobrinhas-tios eram praticadas nas famílias reais como forma de perpetuar a linhagem real.[12][13] Algumas sociedades como as de Bali[14] e algumas tribos Inuit[15] têm opiniões diferentes sobre o que constitui incesto ilegal e imoral. No entanto, as relações sexuais com um parente de primeiro grau (como um pai ou irmão) são quase universalmente proibidas.[16]

  1. «Incest». Oxford University Press. 2013. Consultado em 25 de março de 2017  (em inglês)
  2. «Incest». Rape, Abuse & Incest National Network (RAINN). 2009. Consultado em 25 de março de 2017  (em inglês)
  3. Direito Familiar. «Casamento: posso casar com algum parente meu?». Jusbrasil. Consultado em 3 de abril de 2023 
  4. a b Bittles, Alan Holland (2012). Consanguinity in Context. [S.l.]: Cambridge University Press. pp. 178–187. ISBN 0521781868. Consultado em 25 de março de 2017  (em inglês)
  5. Hipp, Dietmar (11 de março de 2008). «German High Court Takes a Look at Incest». Der Spiegel. Consultado em 12 de abril de 2008  (em inglês)
  6. Wolf, Arthur P.; Durham, William H. (2004). Inbreeding, Incest, and the Incest Taboo: The State of Knowledge at the Turn of the Century. [S.l.]: Stanford University Press. p. 169. ISBN 0-8047-5141-2  (em inglês)
  7. Encyclopedia of Love in World Religions - Volume 1 - Page 321, Yudit Kornberg Greenberg - 2008 (em inglês)
  8. Language and Social Relations - Page 379, Asif Agha - 2007. (em inglês)
  9. The Encyclopedia of Genetic Disorders and Birth Defects - Page 101, James Wynbrandt, Mark D. Ludman - 2009. (em inglês)
  10. a b Wolf, Arthur P.; Durham, William H. (2004). Inbreeding, Incest, and the Incest Taboo: The State of Knowledge at the Turn of the Century. [S.l.]: Stanford University Press. p. 3. ISBN 0-8047-5141-2  (em inglês)
  11. Fareed, M; Afzal, M (2014). «Estimating the inbreeding depression on cognitive behavior: A population based study of child cohort». PLoS ONE. 9 (10): e109585. PMC 4196914Acessível livremente. PMID 25313490. doi:10.1371/journal.pone.0109585  (em inglês)
  12. Maurice Godelier, Métamorphoses de la parenté, 2004 (em inglês)
  13. «New Left Review - Jack Goody: The Labyrinth of Kinship». Consultado em 24 de julho de 2007  (em inglês)
  14. Bateson, Gregory (2000). Steps to an Ecology of Mind: Collected Essays in Anthropology, Psychiatry, Evolution, and Epistemology. [S.l.]: University Of Chicago Press. ISBN 978-0-226-03905-3  (em inglês)
  15. Briggs, Jean (2006). Never in Anger: Portrait of an Eskimo Family. [S.l.]: Harvard University Press. ISBN 978-0-674-60828-3  (em inglês)
  16. The Tapestry of Culture: An Introduction to Cultural Anthropology, Ninth Ed., Abraham Rosman, Paula G. Rubel, Maxine Weisgrau, 2009, AltaMira Press, p. 101 (em inglês)


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