Linaceae | |||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Classificação científica | |||||||||||
| |||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||
Introdução e Diversidade Taxonômica
A família Linaceae DC. ex Perleb pertence a divisão Magnoliophyta (ordem Malpighiales) das Angiospermas e posiciona-se em um clado bem suportado com Chrysobalanaceae [1]. De forma geral, é uma família pequena e cosmopolita composta por 13 gêneros e aproximadamente 260 espécies. Está bem distribuída em regiões temperadas e tropicais, sendo difícil caracterizar seus integrantes devido à grande diversidade morfológica e falta de sinapomorfias únicas para a família [2]. São amplamente cultivadas no mundo devido sua beleza ornamental e grande interesse econômico. Destaca-se o linho cultivado (Linum usitatissimum L.), utilizado para a produção da linhaça marrom e dourada [3] e para a produção de tecidos devido à resistência e durabilidade das fibras extraídas de suas folhas [4] [5]. Na ornamentação, as plantas da espécie Linum grandiflorum são valorizadas devido suas flores grandes e coloridas [6].
Morfologia
A caracterização da Linaceae é difícil devido à diversidade morfológica e ausência de sinapomorfias no grupo [2]. Contudo, pode-se destacar como características gerais a presença de folhas simples, geralmente alternas (raramente opostas ou verticiladas), podendo ou não apresentar estípulas e pecíolos. As flores são actinomorfas e bissexuais, tetrâmeras ou pentâmeras. Possuem os dois verticilos estéreis, ou seja, são diclamídeas, mas geralmente as pétalas são caducas. O ovário é súpero e sincárpico, geralmente com cinco carpelos bilobulados. Os estames estão em número igual ou o dobro das pétalas e são unidos por um anel laminar basal. Os frutos produzidos por essas plantas diferem dentro das duas subfamílias, podendo ser do tipo cápsula ou drupa [5].
Relações Filogenéticas
Atualmente, Linaceae é dividida em duas subfamílias monofiléticas: Linoideae e Hugonioideae. O monofiletismo foi confirmado graças às análises usando os genes plastidiais matK e rbcL [7]. Entre elas, Linoideae é considerada a maior subfamília, contendo 8 gêneros, incluindo o gênero-tipo da família (Linum sp). Quanto à distribuição, estima-se que haja cerca de 210 espécies habitando essencialmente regiões temperadas, apesar de existirem espécies que podem se estender ou compor ecossistemas tropicais. Morfologicamente, vão de herbáceas (ervas) a arbustos e podem ser caracterizados pela presença de cinco estames férteis e fruto cápsula [7]. Os gêneros contidos na subfamília Linoideae são: Anisadenia Wall. ex C.F.W. Meissn., Cliococca Bab., Hesperolinon (A. Gray) Small, Linum Linnaeus, Radiola Hill, Reinwardtia Dumort, Sclerolinon C.M. Rogers e Tirpitzia Hallier f. Quanto a subfamília Hugonioideae, embora sua monofilia não seja bem sustentada, tem seus indivíduos distribuídos nos trópicos e em alguns casos em habitats áridos. É formada por 5 gêneros e aproximadamente 53 espécies e habitam principalmente florestas úmidas de várzea. Diferentemente de Linoideae, os membros de Hugonioideae formam árvores, arbustos e cipós (lenhosos), apresentam dez estames férteis e frutos do tipo drupa [8]. Os gêneros contidos na subfamília Hugonioideae são: Hebepetalum Benth, Hugonia L, Indorouchera Hallier f., Philbornea Hallier f. e Roucheria Planch.
Distribuição no Brasil
No Brasil, há relatos de somente 4 gêneros e 19 espécies até o momento [9]. Os gêneros não são endêmicos e os descritos no país são: Cliococca Bab., Hebepetalum Benth., Linum L., Roucheria Planch. A distribuição em território brasileiro abrange todas as regiões e grande parte dos estados: Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima); Nordeste (Bahia, Maranhão); Centro-Oeste (Mato Grosso); Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina) [5].
Gênero
Referências: