Quilombo dos Palmares Angola Janga | |||||||||||||||||
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Mapa da Capitania de Pernambuco com representação do Quilombo dos Palmares, confeccionado pelo pintor e gravurista holandês Frans Post em 1647. Palmares foi o maior quilombo do Brasil colonial.
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Continente | América do Sul | ||||||||||||||||
Região | Alagoas | ||||||||||||||||
Capital | Serra da Barriga | ||||||||||||||||
País atual | Brasil | ||||||||||||||||
Língua oficial | Bantu Português Línguas indigenas | ||||||||||||||||
Religiões | Religiões tradicionais africanas Bucongo Islã Cristianismo | ||||||||||||||||
Forma de governo | Monarquia Confederada | ||||||||||||||||
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Período histórico | Brasil Colonial | ||||||||||||||||
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Palmares, também conhecido como Quilombo dos Palmares ou Mocambo dos Palmares, foi uma comunidade de pessoas fugitivas da escravidão durante o período do Brasil Colônia. Fundado no final da década de 1590 e localizado na Serra da Barriga, na então capitania de Pernambuco (atual município de União dos Palmares, Alagoas),[1] atingiu seu auge na década de 1690, quando sua população variou entre 11 mil e 20 mil habitantes, o maior quilombo da história do Brasil.[2]
Sua organização política e social refletia influências de liderança comunitária e de confederações tribais da África Central e desafiava abertamente a ordem escravista imposta pelo Império Português.[3][4] A comunidade era governada por Ganga Zumba e Zumbi dos Palmares, que desempenhavam papéis fundamentais tanto na administração quanto na defesa militar[5] e residiam em uma fortificação chamada Macaco, onde eram tomadas decisões estratégicas.[6] Palmares era majoritariamente formado por africanos fugitivos, mas também indígenas, caboclos e colonos portugueses marginalizados, como soldados que desertavam do serviço militar obrigatório.[7]
Entre 1680 e 1686, ao menos seis expedições foram enviadas para destruir Palmares, mas todas falharam. Em 1694, no entanto, uma ofensiva liderada pelo governador da capitania de Pernambuco, Pedro de Almeida, e executada por grandes forças militares, incluindo os bandeirantes paulistas liderados por Domingos Jorge Velho, resultou na destruição final da comunidade. Muitos habitantes foram massacrados ou reescravizados, marcando o fim da comunidade independente.[2][8][9]
Zumbi foi oficialmente reconhecido como herói nacional pelo governo brasileiro em 1995, durante a presidência de Fernando Henrique Cardoso, quando foi instituído o Dia da Consciência Negra em 20 de novembro, data de sua morte. Esse reconhecimento ocorreu no contexto de políticas públicas voltadas para a valorização da história e cultura afro-brasileira, em meio a esforços do movimento negro para destacar a resistência à escravidão como parte fundamental da identidade nacional e da luta por igualdade racial no país.[10] Desde 2007, o local abriga o Parque Memorial Quilombo dos Palmares, que celebra a história da comunidade.[11]