Ramanuja

Ramanuja
Vishishtadvaita Vedanta
Nascimento 1017
Darwha
Morte 1137 (119–120 anos)
Srirangam
Ocupação teólogo, filósofo, poeta
Religião hinduísmo

Ramanuja (em tâmil: ராமானுஜர்; romaniz.: Rāmānujar; 1017, Seriperumbudur1137, Seringapatão) ou Ramanujacharya foi um teólogo e filósofo brâmane do sul da Índia, o pensador mais influente do hinduísmo devocional e um dos expoentes mais importantes da tradição do Sri Vaishnavismo no Hinduísmo.[1][2] Seus fundamentos filosóficos para o devocionalismo foram influentes para o movimento Bhakti.[1][3][4] Após longa peregrinação, se estabeleceu em Seringapatão, onde organizou o culto no templo e fundou centros para disseminar sua doutrina de devoção ao deus Vixenu e sua consorte Seri. Forneceu uma base intelectual à prática de bacti (bhakti, adoração devocional) em três comentários principais: o Vedartha-samgraha (sobre os Vedas, as primeiras escrituras do hinduísmo), o Shri-bhashya (sobre os Brahma-sutras) e o Bhagavadgita-bhashya (do Bhagavadgita).[5][6]

O guru de Ramanuja era Yādava Prakāśa, um estudioso que fazia parte da tradição monástica mais antiga do Advaita Vedānta.[7] A tradição Sri Vaishnava sustenta que Ramanuja discordou de seu guru e do Advaita Vedānta não-dualista, e seguiu os passos da tradição Tamil Alvārs, os estudiosos Nāthamuni e Yamunāchārya.[1] Ramanuja é famoso como o principal proponente da sub-escola Vishishtadvaita de Vedānta,[8] e seus discípulos foram provavelmente autores de textos como o Shatyayaniya Upanishad.[7]

Sua filosofia Vishishtadvaita (monismo qualificado) competiu com a filosofia Dvaita (dualismo teísta) de Madhvāchārya e a filosofia Advaita (monismo) de Adi Xancara, juntas as três filosofias vedânticas mais influentes do segundo milênio.[9][10] Ramanuja apresentou a importância epistêmica e soteriológica de bacti (bhakti), ou a devoção a um Deus pessoal (Víxenu, no caso de Ramanuja) como um meio para a libertação espiritual. Suas teorias afirmam que existe uma pluralidade e distinção entre Ātman (alma) e Bramã (realidade última, metafísica), enquanto ele também afirmou que há unidade de todas as almas e que a alma individual tem o potencial de realizar identidade com o Bramã.[11][10][12]

  1. a b c C. J. Bartley 2013, pp. 1–4, 52–53, 79.
  2. Jon Paul Sydnor (2012). Rāmānuja and Schleiermacher: Toward a Constructive Comparative Theology. Casemate. [S.l.: s.n.] pp. 20–22 with footnote 32. ISBN 978-0227680247 
  3. Doniger, Wendy (1999). Merriam-Webster's encyclopedia of world religions. Merriam-Webster. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0-87779-044-0 
  4. Hermann Kulke; Dietmar Rothermund (2004). A History of India. Routledge. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0-415-32920-0 
  5. Buitenen 1998.
  6. Carman 1994, pp. 82-87 with footnotes.
  7. a b Patrick Olivelle (1992). The Samnyasa Upanisads : Hindu Scriptures on Asceticism and Renunciation: Hindu Scriptures on Asceticism and Renunciation. Oxford University Press. [S.l.: s.n.] pp. 10–11, 17–18. ISBN 978-0-19-536137-7 
  8. C. J. Bartley 2013, pp. 1-2.
  9. William M. Indich (1995). Consciousness in Advaita Vedanta. Motilal Banarsidass. [S.l.: s.n.] pp. 1–2, 97–102. ISBN 978-81-208-1251-2 
  10. a b Bruce M. Sullivan (2001). The A to Z of Hinduism. Rowman & Littlefield. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0-8108-4070-6 
  11. C. J. Bartley 2013, pp. 1-2, 9-10, 76-79, 87-98.
  12. Sean Doyle (2006). Synthesizing the Vedanta: The Theology of Pierre Johanns, S.J. Peter Lang. [S.l.: s.n.] pp. 59–62. ISBN 978-3-03910-708-7 

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