O uso de ferramentas por animais é um comportamento vastamente observado em inúmeras espécies e uma característica que surgiu independente em diversos grupos, como primatas, aves, polvos, cetáceos, ouriços-do-mar e até insetos. Apesar de raro em animais aquáticos, esse comportamento, assim como em animais terrestres, é taxonomicamente diverso.
A definição exata de uso de ferramentas por animais e até mesmo do próprio conceito de ferramenta é um tema de debate que se estende por décadas entre estudiosos. Por ter sido considerada por muito tempo uma característica exclusiva de seres humanos, muitas das definições de uso de ferramentas tem uma ótica antropocêntrica, que vêm sendo desconstruída com o passar do tempo. Atualmente, o conceito de uso de ferramentas varia de acordo com o objetivo do estudo em questão.
Devido a essa ótica antropocêntrica, por muito tempo foi pensado que o uso de ferramentas estava associado diretamente ao tamanho maior do encéfalo e a um nível de cognição elevado. Atualmente, sabe-se que o uso de ferramentas depende não só do tamanho do encéfalo, como também da presença de características e condições que permitam ou favoreçam tal atividade, da capacidade de aprendizado e, consequentemente, do nível de convívio social da espécie em questão, além do comportamento instintivo do animal. Essas características podem, exclusivamente, influenciar o uso de ferramentas ou agir de forma conjunta para a manifestação desse comportamento. Por exemplo, foram observados caranguejos que tiveram seus cérebros removidos e continuaram executando tarefas de ornamentação através do uso de ferramentas.
Os tipos de uso de ferramentas também são incrivelmente diversos e variam de espécie para espécie, sendo observados usos para a alimentação, defesa, manutenção corporal e até como iscas. Existem várias hipóteses para a evolução do comportamento de exploração do ambiente através de ferramentas, as quais incluem desde abordagens mais gerais que abrangem todos os táxons, até abordagens específicas para cada táxon.