Vidas Secas | |||||||
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Capa por Tomás Santa Rosa para a primeira edição do romance Vidas Secas pela Livraria José Olympio Editora, 1938.[1] | |||||||
Autor(es) | Graciliano Ramos | ||||||
País | Brasil | ||||||
Gênero | Romance | ||||||
Linha temporal | Século XX | ||||||
Localização espacial | Nordeste do Brasil | ||||||
Arte de capa | Tomás Santa Rosa | ||||||
Editora | Livraria José Olympio Editora (primeira edição)/Editora Record (atualmente) | ||||||
Formato | Brochura | ||||||
Lançamento | 1938 (1a. edição) | ||||||
Cronologia | |||||||
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Texto disponível via Wikisource | |||||||
Transcrição | Vidas seccas |
Vidas Secas é um influente e importante romance do escritor brasileiro Graciliano Ramos, escrito entre 1937 e 1938, publicado originalmente em '38 pela antológica Livraria José Olympio Editora, hoje editado pela Editora Record, e considerado por muitos como a maior obra do autor. Quarto e último romance de Graciliano, narrado em terceira pessoa, Vidas Secas aborda uma família de retirantes do sertão nordestino condicionada a uma vida subumana, diante de problemas como a seca, a miséria, a fome, a desigualdade social, as lutas de classes e, consecutivamente, o caleidoscópio de sentimentos, pensamentos, desejos e emoções, misturados à aspereza e ao clima do semiárido, que a condição lhes obriga a viver e a procurar meios de sobrevivência, expressando, assim, um espelhamento artístico ainda muito forte com a denúncia política e a situação histórico-social.
Durante o processo editorial do livro, Graciliano mostrou-se inteiramente cuidadoso com sua criação. Por conta da consciência social que existe no conteúdo do livro, moldada através de uma estrutura dramática realista, o enredo tem sido analisado pelos críticos por meio da relação do humano com os meios naturais e socioeconômicos. No entanto, em Vidas Secas Graciliano contornou alguns estilos literários de sua época ligados ao regionalismo, o que lhe proporcionou pontos positivos ou até inovadores. Unindo denúncia e elaboração artística, Graciliano, por exemplo, sendo comunista[nota 1] e político engajado, foi cauteloso nas tradicionais ingerências do narrador opiniático e evitou o protesto vulgar ou o panfletarismo (que poderia usar, como outros autores da época, para criticar os aspectos sociais do Brasil), o que o fez ser reconhecido por um "estilo seco, reduzido ao mínimo de palavras", mas provavelmente mais impactante do que se fosse de outra forma, acrescido de algumas inovações técnicas e de abordagem, como a quebra com a cronologia tradicional entre os capítulos. Tal escritura influenciou gerações de escritores até hoje, conforme podemos cotejar na obra de Euclides Neto, Rubem Braga, Milton Hatoum, Itamar Vieira Junior e muitos outros.
Vidas Secas é um romance afortunado, sucesso de crítica e de público. Best-seller, figura entre os livros mais importantes e influentes da literatura brasileira, tendo ganhado, em 1962, o prêmio da Fundação William Faulkner (EUA) como livro representativo da Literatura Brasileira Contemporânea. Também conquistou um enorme número de leitores, tendo vendido mais de um milhão e meio de exemplares, enquanto é leitura obrigatória em escolas, concursos e em vestibulares das melhores universidades do Brasil.[4][5] Após sua publicação no Brasil em 1938, o livro circulou em território estrangeiro durante um bom tempo, sendo primeiramente lançado na Polônia e depois na Argentina, seguida por República Tcheca, Rússia, Itália, Portugal, França, Espanha, Estados Unidos e em muitos outros países ao longo dos tempos desde então. No Brasil, já passou da centésima edição. O cineasta Nelson Pereira dos Santos realizou uma premiada versão homônima de Vidas Secas em 1963, reforçando aspectos pertinentes da obra e do país.
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