Vulva

Vulva

Vulvas de diferentes mulheres (pelos púbicos removidos em alguns casos) (Variabilidade Genética)
Detalhes
Sistema Sistema reprodutor
Vascularização Artéria pudenda interna
Drenagem venosa Veias pudendas internas
Inervação Nervo pudendo
Drenagem linfática Gânglios linfáticos inguinais
Precursor Tubérculo genital, dobras urogenitais, dobras labioescrotais
Identificadores
Latim vulva, pudendum femininum
MeSH Vulva

Vulva é o conjunto dos órgãos sexuais femininos externos. A vulva inclui o monte púbico, os lábios maiores e menores, o clitóris, os bulbos vestibulares, o vestíbulo da vulva, a abertura da vagina, a glândula de Bartholin e a glândula de Skene. Geralmente inclui-se também o meato ureteral, dado que este abre para o vestíbulo da vulva.[1] Entre outras características da vulva estão a rima do pudendo, ou fenda antero-posterior, as glândulas sebáceas, o triângulo urogenital (parte anterior do períneo) e os pelos púbicos.[2] As pregas dos lábios da vulva protegem a abertura da vagina, a qual termina no útero. A estrutura da vulva é apoiada pelos músculos do soalho pélvico e por diversos músculos do triângulo urogenital.[3][4]

A vulva encontra-se repleta de vasos sanguíneos. A irrigação sanguínea provém das três artérias pudendas.[5] O sangue é transportado de volta pelas veias pudendas internas.[6] Os vasos linfáticos aferentes drenam a linfa para os gânglios linfáticos inguinais.[7] O sistema nervoso da vulva é constituído pelos nervos pudendo, perineal, ilioinguinal e respetivas ramificações. A irrigação sanguínea e nervosa da vulva contribui para os vários estágios de excitação sexual fundamentais no processo de reprodução.[8]

A vulva passa por diversas alterações durante o nascimento, na infância, na puberdade, na gravidez, na menopausa e após a menopausa. A aparência da vulva difere significativamente entre as mulheres, principalmente em relação aos lábios menores.[8] A vulva pode ser afetada por diversas doenças e condições. As infeções da vagina, como a vaginose e do útero podem produzir corrimento vaginal que pode causar irritação ao entrar em contacto com o tecido da vulva. Muitas destas condições podem ser prevenidas com uma higiene vaginal adequada.[9][10][11] A higiene correta e constante é necessária para remover o esmegma, resíduo branco composto por gordura corporal (sebo) e células epiteliais.[12] Entre outras doenças estão uma série de infeções e cancros.[13][14] Estão disponíveis uma série de cirurgias plásticas reparadoras denominadas vaginoplastias, algumas das quais usadas por vezes para fins cosméticos.[15]

As perspetivas culturais em relação à vulva diferente significativamente de acordo com a cultura e época. Algumas religiões e sociedades da Antiguidade veneravam a vulva e reverenciavam a mulher como deusa, uma tradição que se continua presente no Hinduísmo. Por outro lado, as sociedades ocidentais tendem a ter uma atitude negativa em relação à vulva, manifesta na própria terminologia médica pudendra membra, que significa partes de que se deve ter vergonha. Tem havido esforços no sentido de alterar esta perspetiva. Embora a vagina seja uma parte anatómica distinta, em muitos casos é usada como sinónimo de vulva.[16][17]

  1. Tortora, Gerard J; Derrickson, Bryan (2008). Principles of anatomy and physiology. 12th ed. Hoboken, N.J.: Wiley. pp. 1107–1110. ISBN 9780470233474 
  2. Tortora, Gerard J; Anagnostakos, Nicholas P (1987). Principles of anatomy and physiology 5th ed. New York: Harper & Row. pp. 727–728. ISBN 0060466693 
  3. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Raizada
  4. Maclean, Allan; Reid, Wendy (2011). «40». In: Shaw, Robert. Gynaecology. Edinburgh New York: Churchill Livingstone/Elsevier. pp. 599–612. ISBN 978-0-7020-3120-5 
  5. Albert, Daniel (2012). Dorland's illustrated medical dictionary. 32nd ed. Philadelphia, PA: Saunders/Elsevier. p. 140. ISBN 9781416062578 
  6. Albert, Daniel (2012). Dorland's illustrated medical dictionary. 32nd ed. Philadelphia, PA: Saunders/Elsevier. p. 2043. ISBN 9781416062578 
  7. «Superficial Inguinal Lymph Nodes -- Medical Definition». www.medilexicon.com. Consultado em 25 de março de 2018 
  8. a b King, Bruce M. (1996). Human sexuality today 2nd ed. Upper Saddle River, N.J.: Prentice Hall. pp. 24–28. ISBN 0130149942 
  9. «Thrush in men and women». NHS UK. Consultado em 25 de março de 2018 
  10. Mastromarino, Paola; Vitali, Beatrice; Mosca, Luciana (2013). «Bacterial vaginosis: a review on clinical trials with probiotics» (PDF). New Microbiologica. 36: 229–238. PMID 23912864 
  11. Rimoin, Lauren P.; Kwatra, Shawn G.; Yosipovitch, Gil (2013). «Female-specific pruritus from childhood to postmenopause: clinical features, hormonal factors, and treatment considerations». Dermatologic Therapy. 26 (2): 157–167. ISSN 1396-0296. doi:10.1111/dth.12034 
  12. Varella, Dr Drauzio. «Como fazer a higiene íntima feminina». Drauzio Varella. Consultado em 26 de março de 2021 
  13. «CDC - What Are the Symptoms of Vaginal and Vulvar Cancers?» (em inglês). Centers for Disease Control and Prevention. Consultado em 18 de março de 2018 
  14. Leone, PA (1 de abril de 2007). «Scabies and pediculosis pubis: an update of treatment regimens and general review.». Clinical Infectious Diseases. 44 Suppl 3: S153-9. PMID 17342668. doi:10.1086/511428 
  15. Wong, CS; Bhimji, SS (janeiro de 2018). «Labiaplasty, Labia Minora Reduction». PMID 28846226 
  16. DBNL. «Jan Nederveen Pieterse, Wit over zwart · dbnl». DBNL (em neerlandês). Consultado em 13 de setembro de 2022 
  17. «Rwandan Women View The Elongation Of Their Labia As Positive». Medical News Today (em inglês). Consultado em 13 de setembro de 2022 

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